Vaticano publica “Instrumento de Trabalho” para o próximo Sínodo
20-06-2023 - 13:30
 • Aura Miguel

Documento inclui material recolhido desde 2021 e vai nortear os trabalhos do próximo sínodo dos bispos.

O Vaticano apresentou esta terça-feira o “Instrumentum laboris” em conferência de imprensa, na sala de imprensa do Vaticano, o documento que vai nortear os trabalhos do próximo sínodo e que foi elaborado com base no material recolhido desde 2021, durante a fase de escuta realizada nas igrejas locais de todas as dioceses do mundo e, em particular, sintetizada nos documentos finais das Assembleias continentais.

A sua divulgação abre agora uma nova fase no caminho sinodal, composta por duas grandes assembleias gerais, com bispos de todo o mundo que se reunirão em Roma com o Papa: a primeira sessão é já no próximo mês de outubro (de 4 a 29) e a segunda será no ano seguinte, em outubro de 2024.

Dada a abundância de material já recolhido e disponível, este novo documento foi concebido como um auxílio prático para quem participa na Assembleia Sinodal de outubro de 2023.

O documento baseia-se nas perceções da primeira fase e no trabalho das assembleias continentais, articula “algumas das prioridades que surgiram ao ouvir o Povo de Deus, mas evita apresentá-las como afirmações ou posições".

Em vez disso, lê-se em jeito de explicação, "expressa-as como perguntas dirigidas à Assembleia sinodal”.

Três conceitos, 15 fichas de trabalho

Os conceitos de “comunhão, missão e participação” envolvem três questões consideradas prioritárias para a Igreja sinodal:

“Como podemos ser mais plenamente sinal e instrumento da união com Deus e da unidade do género humano?”, “Como partilhar dons e tarefas ao serviço do Evangelho?” e “Que processos, estruturas e instituições numa Igreja sinodal missionária?”

A partir destes conceitos, e com vista a agilizar a preparação das sessões, este “Instrumentum laboris” lança um conjunto considerável de “fichas de trabalho”, dirigidas aos membros participantes da Assembleia Sinodal.

No total, são 15 perguntas, distribuídas pelos três conceitos-chave: “Uma comunhão que irradia”, “Corresponsáveis na missão” e “Participação, responsabilidade e autoridade”.

Cada uma destas perguntas é acompanhada por vários parágrafos de análise e reflexão. Uma delas, sobre a importância do “diálogo no Espírito”, inclui a publicação de um esquema gráfico colorido com várias etapas que ajudam à “dinâmica de discernimento na Igreja Sinodal”; etapas que implicam “preparação pessoal, silêncio e oração, escuta do outro, construir juntos e acção graças”