Em entrevista à BBC, Andrew Mitchell, ministro de Estado dos Assuntos Estrangeiros, Commonwealth e Departamento de Desenvolvimento do Reino Unido, fala numa "limpeza étnica" em Darfur, no Sudão.
Várias aldeias foram incendiadas, adianta Ben Strick, diretor de investigações do Centro de Resiliência para a Informação, à BBC: “Documentámos 89 incêndios, que danificaram 68 aldeias desde 15 de abril, o que é uma quantidade enorme.”
Além disso, Strick diz que tem observado um padrão de violência e abusos, especificamente em Darfur, que descreve como “alguma da mais intensa violência fora de Cartum", a capital.
Os últimos números da ACLED, organização não governamental especializada na contabilização de vítimas em conflitos armados, apontam para mais de nove mil mortos desde o início do conflito.
A disputa territorial divide-se entre o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e as Forças Armadas do país. A tensão entre as duas fações vem crescendo desde 2021, quando o processo de negociações e transição democrática foi interrompido por um golpe militar.
Amin Yakubu é um dos milhares de deslocados, que foram obrigados a sair de suas casas quando o grupo paramilitar atacou. À BBC, Amir fala num “conflito que se tornou étnico, mas onde todos são igualmente afetados. Ninguém dorme à noite".
A Organização Mundial de Saúde (OMS) está preocupada com a situação. Após seis meses de conflito, há 7,1 milhões de pessoas deslocadas dentro do país. Além disso, a OMS já alertou que 10 mil crianças podem morrer até ao final do ano.