O Parlamento venezuelano, de maioria chavista, aprovou por unanimidade uma resolução que pede ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que declare “persona non grata” a embaixadora da União Europeia, a portuguesa Isabel Pedrosa.
A notícia surge depois de a UE ter adicionado 19 pessoas à lista de sanções contra personalidades do Governo venezuelano.
A aprovação do “acordo de repúdio” teve lugar a pedido do presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, que classificou de “grosseiras e ilegais” as “medidas coercitivas, unilaterais” tomadas pelo bloco europeu.
Entre os 19 “altos funcionários” alvos de sanções estão um dos principais líderes militares da Venezuela (Remigio Ceballos), o chefe do Conselho Nacional Eleitoral (Indira Alfonzo) e dois congressistas.
Na sessão plenária, na terça-feira, Jorge Rodriguez disse “levantar as duas mãos para que a representante da União Europeia seja declarada 'persona non grata'”.
O texto acabou por ser aprovado por unanimidade. O Parlamento venezuelano atribui a decisão das sanções ao que classifica de fracasso dos planos intervencionistas europeus, sendo que as sanções europeias surgem na sequência das eleições parlamentares de 6 de dezembro, boicotadas e classificadas como fraude pelos principais partidos políticos da oposição e não reconhecidas por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
A votação deu ao partido no poder e seus aliados 256 dos 277 assentos no Parlamento.
Esta é a segunda vez que o Parlamento venezuelano tenta expulsar a diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa. Em julho, após outro pacote de sanções, Nicolás Maduro declarou a embaixadora “persona non grata”, dando-lhe 72 horas para que deixasse o país.
No entanto, o prazo expirou e o Governo recuou, pedindo em troca "gestos" de boa fé à UE.
Para esta quarta-feira, está agendado uma reunião entre o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, a embaixadora Isabel Brilhante Pedrosa, o embaixador francês, Romain Nadal, e representantes diplomáticos de Alemanha, Espanha e Holanda.
A Venezuela se tornou o primeiro país latino-americano a ser sancionado pela UE em 2017, que desde então aprovou medidas contra 55 funcionários venezuelanos, incluindo a proibição de viagens para seu espaço e o congelamento de bens.