A urgência do serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo André, em Leiria, esteve fechada 47 vezes entre janeiro e maio deste ano. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias que cita o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
Carlos Cortes destaca que a situação afetou, sobretudo, as pessoas mais idosas e “ocupou o INEM a transportar doentes para outros hospitais”.
A carência de recursos humanos foi identificada nas reuniões com diferentes profissionais de saúde de Leiria, e vai ser reportada pela Ordem dos Médicos em documento que vai entregar ao Ministério da Saúde.
Segundo Carlos Cortes, uma das principais preocupações tem que ver com o preenchimento das vagas nas unidades de cuidados de saúde primários, exemplificando que “Leiria tem 280 mil utentes, dos quais 40 mil não têm médico de família”.
E é precisamente a falta de médicos nos centros de saúde que provoca “pressão” nas urgências" do hospital, que foi dimensionado para 200 mil habitantes, mas acompanha o dobro dos utentes.
Carlos Cortes dia ao JN que o Conselho de Administração do hospital admite reconhece que existe um problema, e que tem de haver um modelo diferente para fixar médicos no hospital, apontando como solução “dar oportunidade aos clínicos de poderem preencher as vagas em função das suas preferências”.
Neste sentido, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos reclama um levantamento da quantidade de médicos necessários em cada uma das especialidades para permitir planificar as necessidades a médio e a longo prazo.
Para quinta-feira, dia 30, está marcada uma vigília de protesto contra a falta de médicos de família, às 19h30, na Praça Rodrigues Lobo, em Leiria.