O presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, considera que a Superliga, projeto desenhado por alguns clubes europeus, que acabou por não avançar, está acabado “pelo menos, por 20 anos”.
“Penso que esse projeto acabou para sempre, ou pelo menos por 20 anos”, afirmou Ceferin em conferência de imprensa, esta quarta-feira, no âmbito do Congresso da UEFA, que decorre em Viena.
O dirigente máximo do futebol europeu volta, assim, a abordar o fiasco da criação da Superliga, anunciada a 18 de abril do último ano, e que acabou por implodir poucos dias depois, com a desistência da maioria dos clubes fundadores. Ceferin admite não gostar da designação da prova.
“Não gosto de lhe chamar Superliga, porque é tudo menos uma Superliga”, sublinha.
O projeto continua a ter Real Madrid, Barcelona e Juventus como defensores. Na base da sua criação estavam também, além destes três clubes, Manchester United, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Tottenham, Atlético de Madrid, AC Milan e Inter de Milão, que acabaram por renunciar.
Na conferência desta quarta-feira, o presidente da UEFA não quis comentar o avanço de um eventual procedimento disciplinar contra os três clubes que se mantêm defensores da ideia. Ceferin referiu que é preciso aguardar e respeitar os tribunais.
Em curso está um processo no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), questionado pela justiça espanhola em relação a um eventual abuso da UEFA da sua “posição dominante” e que deverá ter uma decisão até final do ano.
Aleksander Ceferin defende que a UEFA não tem uma posição de “monopólio”. Como tal, não infringe as regras da concorrência na Europa, na medida em que “ninguém está obrigado a disputar as competições” e que “nenhuma federação é obrigada a ser membro da UEFA”.
“Estão no pleno direito de criarem a sua própria UEFA e de disputarem a sua própria competição. Mas é claro, se disputarem uma outra competição, não podem disputar a nossa”, sublinha o dirigente.