A Comissão Europeia exigiu esta quinta-feira "ação imediata" ao diretor-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, na proteção de menores no Instagram, após uma investigação que demonstra que esta rede social promove redes pedófilas.
A investigação é do The Wall Street Journal (WSJ) e das universidades de Stanford e Massachusetts Amherst.
"O código voluntário da Meta para proteção infantil não parece funcionar. Agora, Mark Zuckerberg deve explicar-se e agir imediatamente", escreveu o comissário europeu para o mercado interno, Thierry Breton, no Twitter.
Breton vai reunir-se com Zuckerberg a 23 de junho na sede da Meta em Merlo Park, na Califórnia (Estados Unidos), um encontro que acontecerá antes da aplicação da lei de serviços digitais da União Europeia.
Essa regulamentação obrigará as grandes plataformas digitais a remover rapidamente conteúdos ilegais e a serem transparentes sobre o desenho de algoritmos, que determinam o que os usuários veem na internet e nas redes sociais.
"Depois de 25 de agosto, sob a lei de serviços digitais, a Meta terá de mostrar que está a tomar medidas ou enfrentará pesadas sanções", referiu Breton.
Os regulamentos permitem que a Comissão Europeia imponha multas de até 6% do faturamento global às grandes empresas de tecnologia que não cumpram os requisitos. De acordo com uma pesquisa conjunta do The Wall Street Journal e das universidades de Stanford e Massachusetts Amherst, o algoritmo do Instagram ajuda a relacionar e a promover uma rede de contas dedicadas à pedofilia e à compra de conteúdo sexual de menores.
Os investigadores descobriram que o Instagram permite que as pessoas pesquisem "hashtags" explícitas que as vinculam a contas que servem para anunciar a venda de material sexual infantil, bem como "encontros" com menores.
A Meta já reconheceu que tem problemas em algumas operações, e, ao WSJ, revelou que constituiu um grupo de trabalho interno para tratar das questões levantadas.
A Meta, proprietária da plataforma Instagram, afirmou ter eliminado 27 redes pedófilas e que, desde que recebeu as conclusões deste estudo, bloqueou "milhares de "hashtags" que sexualizam crianças, algumas delas com milhões de publicações".
A empresa também restringiu os sistemas de recomendação que apresentam vídeos e imagens de adolescentes e crianças de cunho sexual.
O Instagram não é a única rede social acusada de distribuir conteúdo de cunho sexual protagonizado por menores, já que o Observatório da Internet da Universidade de Stanford determinou que o Twitter manteve durante meses conteúdo pedófilo rotulado como material proibido.