Manifestantes juntaram-se esta quinta-feira em Minneapolis para a primeira de uma série de cerimónias de homenagem a George Floyd, o afro-americano que foi morto às mãos da polícia naquela cidade norte-americana.
O evento foi marcado para a North Central University, em Minneapolis, onde o líder de direitos civis Al Sharpton estava entre a multidão que veio prestar homenagem a Floyd.
Os memoriais estão programados para acontecer em três cidades ao longo de seis dias: após o evento em Minneapolis, o corpo de Floyd irá para Raeford, Carolina do Norte, onde nasceu, para uma exibição pública e um serviço funerário familiar privado, no sábado.
Em seguida, uma exibição pública será realizada segunda-feira, em Houston, no Texas, onde ele foi criado e viveu a maior parte de sua vida.
Finalmente, uma cerimónia com a presença de 500 pessoas será realizada na terça-feira, na igreja da Fonte de Louvor, em Houston, onde Floyd será enterrado.
"Ele era um ser humano. Ele tinha família. Ele tinha sonhos. Ele tinha esperanças. O verdadeiro dever de alguém com esse tipo de tarefa é destacar o valor da vida humana que foi tirada, o que explica o motivo pelo qual este movimento existe", disse Sharpton, para explicar a sua presença hoje, na cidade onde Floyd foi morto pela polícia.
Dentro do santuário, um caixão de ouro estava ladeado por flores brancas e roxas, e uma imagem era projetada acima do púlpito de um mural pintado na esquina da rua, onde Floyd foi mantido imóvel no chão pela polícia.
O santuário normalmente acomoda 1.000 pessoas, mas por causa da pandemia de covid-19, a capacidade foi reduzida para cerca de 500.
Estas cerimónias não interrompem as manifestações de protesto que há uma semana tomaram conta de centenas de cidades, algumas com cenas de violência que já obrigaram a decretar o recolher obrigatório e a convocação da Guarda Nacional.
Para tentar acalmar os ânimos dos manifestantes, as autoridades norte-americanas apresentaram uma nova acusação de assassinato em segundo grau, mais grave do que a inicialmente proposta, contra o polícia no centro deste caso, Derek Chauvin, que arrisca agora uma pena até 40 anos de prisão.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.