A Coreia do Norte e a Coreia do Sul vão reunir-se amanhã, sexta-feira, na zona desmilitarizada de Panmunjeom, numa cimeira centrada na desnuclearização da península. O encontro histórico está marcado para as 9h30 locais, 1h30 da madrugada em Portugal.
Este encontro que vai juntar Kim Jong-un a Moon Jae-in é o primeiro entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul desde 2007.
O encontro histórico deverá focar-se nas recentes sugestões do regime de Pyongyang de que poderia estar disposto a abandonar o seu programa de armas nucleares. No entanto, Seul já avisou que seria “difícil” chegar a um acordo neste ponto, uma vez que a tecnologia nuclear e de mísseis da Coreia do Norte avançou muito desde a última vez que os dois lados falaram.
Além do dossier nuclear, o encontro servirá também para discutir um caminho para a paz na península, de modo a encerrar formalmente a Guerra da Coreia, que decorreu entre 1950 e 1953, e uma série de questões económicas e sociais.
Guardas de honra sul-coreanos vão escoltar os dois líderes para a cerimónia de boas-vindas numa praça em Panmunjom, designada por “aldeia das tréguas” e localizada na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, onde foi assinado o armistício a 27 de julho de 1953, que poria fim à guerra.
Após o período da manhã, os dois líderes almoçam separadamente, com a delegação do Norte a voltar para o seu lado da fronteira. Numa cerimónia à tarde, Kim e Moon plantam um pinheiro com terra e água dos dois países para simbolizar “paz e prosperidade”, após o que caminharão juntos antes de iniciarem uma nova ronda de negociações.
A agenda do encontro inclui ainda um banquete servido no lado Sul e os dois responsáveis vão assistir a um vídeo em conjunto, antes de o líder norte-coreano voltar para casa.
Kim Jong-un será acompanhado por nove funcionários, incluindo a irmã Kim Yo-jong, que liderou a delegação do Norte nas Olimpíadas de Inverno da Coreia do Sul no início do ano. A delegação do Sul será composta por sete funcionários, incluindo os ministros de Defesa, Negócios Estrangeiros e Unificação.
A comunidade internacional aguarda com expectativa esta cimeira. Na quarta-feira, o Papa referiu-se ao encontro, fazendo um apelo aos dois países no empenho da paz e reconciliação.