A Rússia vai colocar mais mísseis no solo da zona contestada da Crimeia. A decisão surgiu esta quarta-feira, depois de vários orgãos e entidades internacionais condenarem as ações de Moscovo, ao apreender três barcos ucranianos e as suas tripulações no mar de Azov.
O governo de Moscovo tem colocado arsenal bélico na Crimeia desde que a anexou ilegalmente em 2014. A Crimeia é uma zona que fazia parte da Ucrânia, apesar de ser ter uma população maioritariamente russa. O anúncio do Kremlin surge dias depois de os governos russo e ucraniano insultarem-se mutuamente devido ao incidente nas águas russas.
A Reuters conta que um correspondente viu esta quarta-feira um navio russo a caminho do mar de Azov, que é usado pela Ucrânia e pela Rússia. Entretanto, o estreito de Kerch, que separa o pequeno mar de Azov do mar Negro, foi fechado pelos russos.
No domingo, as autoridades russas apreenderam três navios ucranianos, acusando-os de entrar ilegalmente em águas russas. Dispararam contra os barcos e feriram três tripulantes, que estão sob custódia russa. Do outro lado, os ucranianos disseram que não fizeram nada de errado e as ações da Rússia são apenas o início de uma manobra maior. Entretanto, o parlamente ucraniano introduziu a lei marcial na segunda-feira nalgumas partes do país, prevendo uma hipotética invasão.
A Rússia acusa a Ucrânia de querer provocar mais sanções económicas por parte dos parceiros económicos da Rússia.
Vadim Astafyev, um porta-voz das autoridades militares russas, disse às agências noticiosas que o novo batalhão de mísseis S-400, que são mísseis terra-ar, deverão estar operacionais na Crimeia até ao final do ano.
A nova instalação permitirá aos russos aumentar a área de defesa anti-aérea na região.
Na Crimeia, o tribunal da região deverá sentenciar esta quarta-feira nove dos 24 marinheiros ucranianos capturados, incluindo um membro dos serviços de inteligência da Ucrânia. O tribunal de Simferopol, a capital da Crimeia, ordenou ainda na terça-feira a detenção dos restantes 15 marinheiros durante dois meses de prisão, enquanto aguardam julgamento.
Todos os tripulantes ucranianos podem ter pela frente seis anos de prisão, caso sejam considerados culpados de atravessar ilegalmente o estreito de Kerch e não responderem aos avisos russos, tal como Moscovo alega.