Presidente do Novo Banco não exclui nova injeção pública
12-09-2020 - 10:11
 • Renascença

As injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco já atingem 3 mil milhões e encaminham-se para o limite de 3,9 mil milhões de euros. Em entrevista publicada no "Dinheiro Vivo", o líder do Novo Banco não deixa de parte a hipótese de esgotar o dinheiro público disponível.

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, disse em entrevista ao "Dinheiro Vivo" que não põe de parte recorrer de novo ao Fundo de Resolução. Até ao momento, aquele banco que surgiu na sequência da resolução do antigo BES já foi intervencionado com um valor de três mil milhões de euros.

"Não ponho de parte nenhum cenário. O que importa dizer aos portugueses é que nesta altura temos capacidade de financiar; financiamos o NB para que ele fique bom e no próximo ano possam contar com financiamento em resposta e a devoção do NB em relação à sociedade para dar estas respostas", disse o responsável.

Ainda na mesma entrevista, Ramalho diz que gostava que o banco não fosse arma de arremesso político porque isso não ajuda a criar valor para a instituição. "Não lhe vou dizer que sou joguete político. Acho que o banco, de alguma maneira, é feito de muitas opiniões – existem muitas sobre a resolução, sobre a venda, sobre a gestão dos ativos problemáticos que o banco tem que gerir", afiança.

Em relação à venda de imóveis com grande desconto, o CEO do banco defende que "é preciso alguma criatividade para ver essa nota da auditoria". "A auditoria diz é que houve duas vendas, ou duas reavaliações específicas com descidas significativas – uma de 40 outra de 50 milhões", especifica.

Em relação a ser a Deloitte a fazer a auditoria ao NB depois de ter assessorado a venda polémica da seguradra GNB Vida, António Ramalho defendeu-se que: "Esta auditoria é feita com um objeto, que está definido por lei, é proposto pelo Banco de Portugal e decidido pelo Ministério das Finanças. O NB é o auditado e não comenta a credibilidade do auditor. Este banco é o mais escrutinado da praça portuguesa", rematou.