A obra de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, num investimento total de cerca de 210 milhões de euros, já arrancou.
A informação é avançada pelo Portal SNS do Ministério da Saúde que cita o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. De acordo com José Robalo, “já tiraram as árvores que estavam na zona de implantação do hospital”, sendo que nesta segunda-feira, dia 25 de outubro, inicia-se “a desmatação e decapagem do terreno”.
O responsável adiantou também que a empresa Acciona, que vai construir o novo hospital, já colocou no local “dois contentores de apoio” aos trabalhos em curso e, “dentro de pouco tempo”, vai instalar o estaleiro e iniciar as obras relativas às fundações.
O projeto do novo hospital, recorde-se, envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros, uma vez que aos cerca de 180 milhões da construção, se juntam perto de “mais 30 milhões” para “equipamento de tecnologia de ponta”.
O concurso público relativo à empreitada foi ganho pelo grupo espanhol Acciona, em abril de 2020, tendo a construção sido adjudicada à empresa, pela ARS do Alentejo, em novembro passado e consignada já em julho deste ano.
Ouvido pela Renascença, o presidente da Câmara de Évora disse ter recebido a notícia com “grande satisfação”.
“Há tantos anos que lutamos para que se inicie a construção, portanto, ver as obras no terreno é uma grande alegria”, afirma Carlos Pinto Sá, esperando que as obras “possam ter continuidade de forma a respeitar os prazos que estão apontados, e que, lá para finais 2023, eu diria 2024, pudéssemos ter o hospital a funcionar”.
O autarca recorda que o novo equipamento “é fundamental para a região”, já que “traz um conjunto de novas respostas, de qualidade, em relação aquelas que temos, mas também para o país, uma vez que estamos a falar de um hospital central”, sendo “absolutamente decisivo para o desenvolvimento de Évora e do Alentejo”.
Carlos Pinto de Sá recorda que ao município “foi pedido pela senhora ministra da Saúde que pudéssemos assumir as acessibilidades e as redes de água e saneamento”, com base num protocolo “assinado em tempos, mas que não foi cumprido”.
Nesse documento, de acordo com o presidente comunista “o Estado assumiria o financiamento a 100%”, enquanto que a autarquia asseguraria as obras.
“Nós fomos mais longe e asseguramos também os projetos prévios e estamos agora a elaborar os projetos definitivos para as acessibilidades, água e saneamento”, enquanto “estamos à espera que, por parte do ministério, sejam identificadas as fontes de financiamento para podermos assinar um novo protocolo”, que institui a parceria entre a câmara e o Ministério da Saúde.
“As coisas estão a andar, ainda que de forma lenta, mas estamos com boas perspetivas”, adianta o autarca, convicto do “empenhamento dos responsáveis”, o que augura também “uma boa resposta” para que “tudo seja feito para que o hospital possa abrir e funcionar em condições como está previsto”.
A futura unidade hospitalar vai ocupar uma área de 1,9 hectares e ter uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.
Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras das valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.