No Explicador Renascença desta quarta-feira vamos falar da operação Pretoriano, que fez mais de uma dezena de detidos no grande Porto, incluindo o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, e dois funcionários do Futebol Clube do Porto, entre outros.
O FC Porto já reagiu?
Sim. O Futebol Clube do Porto confirma, em comunicado, que foram detidos dois funcionários que estiveram presentes na atribulada assembleia-geral de 13 de novembro.
O clube garante que não é visado na investigação, mas promete continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado.
Quem são esses funcionários?
Um deles é Fernando Saul, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e o 'speaker' do Estádio do Dragão. O outro é Tiago Aguiar, um dos envolvidos nos desacatos da assembleia-geral de novembro, que motivaram esta investigação da polícia.
O que aconteceu nessa reunião da assembleia-geral do FC Porto?
Essa assembleia-geral ficou marcada por vários confrontos físicos entre sócios nas bancadas do Dragão Caixa. A reunião magna foi convocada para discutir uma mudança de estatutos, que não era consensual, e também uma proposta do conselho superior que queria mudar a data das eleições para a presidência do clube, de abril para junho.
Desses desacatos, que foram repudiados pelo clube, resultou a condenação de três sócios a penas de suspensão entre seis meses e um ano, como ainda hoje os dragões lembraram em comunicado.
Nesta operação Pretoriano houve mais detidos?
No total foram detidas 12 pessoas. Para além dos dois funcionários do FC Porto, o mais conhecido é Fernando Madureira, o líder da claque do Porto “Super Dragões”. A mulher de Fernando Madureira também foi detida, para além de Vítor Catão, um conhecido adepto do FC Porto e ex-dirigente do clube São Pedro da Cova.
Os detidos devem ser presentes a juiz para primeiro interrogatório na quinta-feira.
Há mais alguém que esteja a ser investigado?
Segundo a imprensa, o Ministério Público está a investigar Adelino Caldeira, um dos administradores da SAD do Porto, que é suspeito de ter combinado com a claque o clima de intimidação na assembleia-geral. No entanto, em comunicado já veio rejeitar qualquer ligação com os acontecimentos na assembleia-geral.
Que crimes estão em causa?
Sim. Segundo o Comando Metropolitano do Porto da PSP, esta operação teve como objetivo o combate aos crimes, entre outros, de ofensas à integridade física qualificadas, instigação pública à prática de crime e atentado à liberdade de informação.
Na sequência das 11 buscas domiciliárias que foram feitas hoje, a PSP apreendeu droga, uma arma, três automóveis, material de pirotecnia, milhares de euros e mais de uma centena de bilhetes para eventos desportivos.