“Alguém foi contratar mercenários para virem furar a luta de outros trabalhadores”. Chegou um navio-cargueiro ao Porto de Setúbal para transportar cerca de dois mil veículos da Autoeuropa para a Alemanha.
Uma operação que os estivadores precários querem travar. A reportagem da Renascença confirma um forte dispositivo policial com, pelo menos, dezenas de elementos na Unidade Especial de Polícia e da brigada de intervenção rápida da PSP.
Foi instalada uma barreira metálica para deixar passar o autocarro que traz os trabalhadores contratados para este embarque. Mas cerca das 8h30, os estivadores sentaram-se no chão para dificultar as operações da polícia de intervenção, que entretanto já tinha começado a tomar posição para abrir caminho.
"Daquilo que sabemos estes trabalhadores vêm do número ainda grande de desempregados que há em Portugal", avança António Mariano, líder sindical do SEAL.
O navio "Paglia" vai embarcar dois mil carros da Autoeuropa.
O sindicalista lembra que o “Porto de Setúbal está parado devido à coação e perseguição que tem sido feita a estes 150 trabalhadores precários. As empresas não são obrigadas a pagar-lhes todos os dias e eles não são obrigados a estar disponíveis para trabalhar”.
"O objetivo deste protesto é arranjar condições de qualidade de vida para os próximos anos", sublinha.
Desde 5 de novembro que os trabalhadores eventuais da Operestiva não comparecem ao trabalho. Um protesto contra a situação de precariedade no trabalho, dado que são contratados ao turno, alguns deles há mais de 20 anos, não obstante representarem cerca de 90% dos trabalhadores daquela infraestrutura portuária.