Bloco quer o fim do “abuso de o Estado pagar turmas em colégios privados”
07-05-2016 - 19:34
 • Maria João Costa

Catarina Martins acusa algumas escolas privadas de fazerem “lucros à conta de rendas garantidas pelo Estado” e de quererem criar "alarmismo social".

O Bloco de Esquerda saiu, este sábado, em defesa da escola pública. Numa altura em que o Governo decidiu rever e reduzir os contractos de associação com escolas privadas, os bloquistas estão ao lado do governo e defendem alterações.

“O Bloco de Esquerda está do lado de quem defende a escola pública, e isso significa acabar com o abuso de o Estado pagar turmas em colégios privados quando há uma escola pública ao lado que pode receber os mesmos alunos nas mesmas – ou até em melhores – condições", afirmou a porta-voz do BE.

Em conferência de imprensa, no final da reunião da mesa nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins defendeu a posição do actual Governo e acusou o ex-ministro da Educação, Nuno Crato, de ter prejudicado o ensino público.

“Nuno Crato fez muito mal à Educação nos últimos anos. Um dos males que fez foi baixar o financiamento a toda a Educação. E sendo certo que diminuiu o financiamento ao ensino privado, diminuiu muito mais à escola pública”.

Catarina Martins defendeu a posição do governo, dizendo que o executivo socialista está "a criar condições de justiça para que o dinheiro que é de todos possa servir para uma escola que é de todos”.

O presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, Rodrigo Queiroz e Melo, disse à Renascença, este sábado, que "largas dezenas de escolas" estão já preparar acções judiciais contra o Estado, face à decisão do Governo de rever e reduzir os contratos de associação.

"Há muitos estabelecimentos de ensino que estão, não só a ponderar apresentar acções como activamente a prepará-las", garantiu o dirigente àRenascença.

Questionada pela Renascença sobre a posição das escolas privadas, Catarina Martins acusa alguns estabelecimentos de ensino privado de fazerem “lucros à conta de rendas garantidas pelo Estado” e de utilizarem “argumentos que não são verdadeiros para criar alarmismo social”, com o objectivo de manterem “o direito à sua renda”.