Estradas com poucas ou nenhumas marcações, sinais de trânsito suficientes, mas desadequados, medo de circular e atravessar estradas, são algumas das conclusões do estudo da consultora PricewaterhouseCoopers (PWC) sobre “A maturidade da sinalização e segurança rodoviária em Portugal”.
De acordo com o documento, 50% dos cidadãos inquiridos classifica os equipamentos de segurança rodoviários como razoáveis. Considera também que existe uma relação intrínseca entre as condições da sinalização e sentimento de segurança de quem usa as vias rodoviárias.
O estudo revela ainda que a maioria dos acidentes acontece dentro das localidades e que a sinistralidade rodoviária custa ao país três mil milhões de euros.
Para este estudo, encomendado pela Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária (AFESP), foram inquiridas por telefone 1.001 cidadãos de 18 distritos e das duas regiões autónomas, além de 32 questionários presenciais realizados numa estação de serviço e no aeroporto de Lisboa e alguns workshops.
O objetivo foi fazer a radiografia das estradas e sinalização pelos olhos de quem se cruza com eles todos os dias (peões e automobilistas de ligeiros, pesados), turistas e empresários do sector.
Principais conclusões do estudo:
Peões:
- Consideram que a sinalização é suficiente, mas desadequada: ou não está pintada, ou encontra-se tapada com vegetação, ou está virada ao contrário, etc (...)
- 50% dos inquiridos disse que se sente totalmente inseguro ao atravessar uma passadeira à noite numa estrada nacional ou municipal.
Condutores de Pesados:
- 70% dos condutores de veículos pesados dizem que as marcas rodoviárias são pouco, ou nada, visíveis.
- 52% consideram que a sinalização vertical é 'pouco visível' e sinalizações temporárias insatisfatórias.
- Sinalizações luminosas são 'moderadamente visíveis'.
- 56% consideraram as autoestradas as vias em melhor estado de conservação.
Condutores de automóveis e motociclos:
- Sinalização nas estradas municipais e nacionais inadequada.
- Destacam os sinais luminosos como os mais positivos.
Turistas:
- 44,1% consideram que sinalização vertical e temporaria é deficiente. Não têm boa impressão da sinalização Portuguesa.
Empresários do sector:
- Nos últimos 10 anos houve um desinvestimento na fiscalização da sinalética rodoviária. Aumento da degradação dos equipamentos.
- O preço mais baixo é o principal índice que se tem em conta na hora de adjudicar contratos.
- Inexistência de formação especifica no sector. Necessário criar um curso académico especifico para o sector rodoviário.
- A Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária, única representante do sector empresarial rodoviário devia ter um papel de fiscalização dos empresários.
- Entidades públicas criam as maiores dificuldades aos empresários do sector na fase de adjudicação de contratos. Trâmites legais complexos.
- Descentralização de competências levou cada freguesia ou município a fazer uma gestão especifica da sinalização rodoviária, com padrões muito distintos.
Sinistralidade custa três mil milhões de euros
- Três mil e 300 milhões é quanto custa ao nosso país a sinistralidade (dados de 2016).
- Entre 2012 e 2018 registou-se um aumento de acidentes e vitimas mortais (em 2018 foram 600 vitimas).
- É dentro das localidades, nos arruamentos que ocorrem mais acidentes. Fora das localidades a sinistralidade aumenta nas vias municipais.
- A maioria dos acidentes resulta de colisões entre veículos ou contra obstáculos.