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Portugal precisa de “consensos de regime” para evoluir e atingir outro nível, afirmou esta segunda-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista à TVI de balanço de três anos de mandato.
Questionado sobre o que falta a Portugal para “sair da cepa torta”, o chefe de Estado começou por dizer que faltam “consensos de regime” entre os maiores partidos.
“Não é compreensível como é que em matérias básicas como a Justiça, a Segurança Social ou a Saúde há sempre a tentação de mudanças de Governo para Governo e não há capacidade de antecipação e estabilização”, lamentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em segundo lugar, o Presidente diz que “falta haver uma atenção dos protagonistas políticos à reforma do Estado” e, em terceiro, “falta haver uma capacidade de antecipação e de fortalecimento da sociedade civil”.
Em relação à saúde financeira portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa defende que o país está preparado para um arrefecimento da economia mundial, porque tem “uma almofada orçamental”.
No entanto, alerta para fatores como os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brexit e a “capacidade da Europa em tomar decisões ainda antes das eleições de maio”.
Questionado sobre a queda de popularidade e uma possível recandidatura, Marcelo Rebelo de Sousa responde que “a última sondagem, saída anteontem, dá 81% de popularidade, portanto… Se isso é queda não é coisa que causa uma depressão”.
E vai manter o estilo até ao final do mandato e no próximo? O Presidente adianta que em relação ao que resta do atual mandato “há vários períodos. O primeiro, que vai até às eleições, será, naturalmente, de protagonismo dos partidos. O Presidente estará, mas estará em viagens ao estrangeiro e aparecerá de uma forma crescentemente mais discreta”.
Depois haverá o período de formação do novo Governo, após as eleições legislativas de outubro, seguindo-se “um momento de transição importante” em que Marcelo diz que vai tomar uma decisão.
“É importante porque há dois orçamentos para aprovar, há a preparação da presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2021, há o arranque da presidência angolana da CPLP. Há muita coisa importante nos primeiros seis meses do ano que vem e, a seguir, em meados do ano que vem, tomarei a decisão. Das duas uma: ou sou candidato e se for candidato não vou utilizar a Presidência para a campanha eleitoral, ou não sou candidato e saberei sair de uma forma discreta para deixar o palco aos candidatos”, garante o chefe de Estado.
Nesta entrevista à TVI, revelou que, caso os incêndios de 2017 se tivessem repetido, teria dissolvido a Assembleia da República.