O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou esta terça-feira a Ucrânia de terrorismo e de tentar aterrorizar a população russa, após um ataque sem precedentes com drones (aparelhos aéreos não tripulados) contra a região de Moscovo.
"Este foi um ataque a alvos civis em Moscovo", disse Putin à televisão estatal, citado pela agência espanhola EFE.
Putin disse que o ataque foi uma resposta aos bombardeamentos russos contra alvos militares na Ucrânia, no domingo, e revelou que "há dois ou três dias", Moscovo atacou os serviços secretos militares ucranianos.
"Em resposta, o regime de Kiev escolheu outro caminho, o das tentativas de intimidar a Rússia, intimidar cidadãos russos e atacar edifícios residenciais. Este é, obviamente, um sinal claro de atividade terrorista", afirmou.
Putin disse que as ações de Kiev se destinam a provocar uma "resposta simétrica" contra alvos civis no país vizinho.
"Estou preocupado com as tentativas de provocar uma ação de resposta da Rússia. É evidente que é isso que eles procuram: provocar-nos com ações simétricas. Veremos o que vamos fazer", acrescentou.
O que se sabe até agora sobre o ataque em Moscovo?
A Rússia acusou Kiev de ter lançado, esta terça-feira de manhã, um ataque com drones contra Moscovo, causando dois feridos ligeiros e pequenos danos em vários edifícios.
O Ministério da Defesa russo disse que oito dispositivos estiveram envolvidos no ataque, dos quais cinco foram abatidos pela defesa antiaérea e três foram neutralizados por meios eletrónicos, segundo a agência oficial TASS.
Baza, um canal do Telegram com ligações aos serviços de segurança, afirmou a tentativa de ataque envolveu mais de 25 drones. Já o Comité de Investigação da Rússia avançou que vários drones tinham caído em edifícios na capital russa, causando danos menores.
O site de notícias russo RBC informou que três edifícios tinham sido atingidos pelos drones: dois perto da Leninsky Prospekt, no sul de Moscovo, e um terceiro na cidade de Moskovskiy, perto do aeroporto de Vnukovo.
Um deputado russo salientou à Reuters que três dos drones foram abatidos em Rublyovka, nos subúrbios de Moscovo, zona exclusiva e onde moram vários elementos da elite económica e política da Rússia - incluindo Vladimir Putin.
A Ucrânia negou ter qualquer "ligação direta" com os ataques contra a região da capital russa. O assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, disse, ainda assim, que Kiev estava a assistir ao ataque "com prazer", prevendo mais incidentes deste tipo.
A ação desta terça-feira contra Moscovo ocorreu dois dias depois de duas pessoas terem sido mortas em Kiev por um novo ataque da Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
[Notícia atualizada às 7h18 de 31 de maio de 2023]