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O Irão lançou este sábado um ataque direto e sem precedentes contra Israel, com mais de duas centenas de mísseis e drones. O programa de desenvolvimento de armamento de Teerão, que é uma preocupação antiga do Ocidente, fez este sábado demonstração de força.
A ação militar do regime dos aiatolás foi a resposta ao bombardeamento do consulado do Irão em Damasco, na Síria, no início do mês.
O Irão tem no seu arsenal o maior número de mísseis balísticos da região, de acordo com o gabinete da Diretora Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, Avril Haines.
A Arms Control Association, uma organização não-governamental norte-americana, adianta que o programa de mísseis iraniano é inspirado em modelos da Coreia do Norte e da Rússia e tem colaboração chinesa.
Uma infografia divulgada recentemente pela agência de notícias iraniana ISNA mostra nove mísseis que podem alcançar Israel. Alguns poderão ter sido utilizados no ataque deste sábado.
Entre eles está o “Sejilm”, que pode voar a uma velocidade de 17 mil quilómetros por hora e tem um alcance de 2.500 quilómetros. O “'Kheibar” pode atingir alvos a 2.000 quilómetros de distância. O “Haj Qasem”, que recebeu o nome de um comandante morto por um “drone” norte-americano no Iraque, tem um alcance de 1.400 quilómetros.
O programa de mísseis balísticos de curto e médio alcance também inclui o “Shahab-1”, que pode destruir alvos a 300 quilómetros de distância, o “Zolfaghar” (700 quilómetros), o “Shahab-3” (entre 800 e 1.000 quilómetros) e o “Emad-1”, um míssil em desenvolvimento que pode chegar aos 2.000 quilómetros.
Do arsenal do Irão também fazem parte mísseis de cruzeiro como o “Kh-55”, uma arma capacidade nuclear com um alcance de 3.000 quilómetros, e o míssil anti-navios “Khalid Farzh”, que pode transportar uma ogiva de mil quilos e atingir alvos a 300 quilómetros.
O regime de Teerão, que nega ambicionar ter armas nucleares e que apoia grupos como o Hezbollah do Líbano ou os Houthis do Iémen, milícias no Iraque e o governo da Síria, diz que os mísseis são um fator importante de retaliação e dissuasão.
Em junho do ano passado, apresentou aquele que foi descrito como o primeiro míssil hipersónico fabricado no país, segundo a agência de notícias IRNA. Os mísseis hipersónicos podem voar cinco vezes mais rápido do que a velocidade do som e são difíceis de intercetar.
Além dos mísseis, o Irão também se tem destacado no desenvolvimento de “drones” para fins militares que estão a ser usados em cenários de guerra, como a Ucrânia.
Em agosto do ano passado, Teerão anunciou o “Mohajer-10”, um “drone” avançado capaz de voar durante 24 horas, com uma carga de 300 quilos, e com um alcance de 2.000 quilómetros.
O programa iraniano de “drones” começou na década de 80 do século passado e usou estes dispositivos para ações de reconhecimento na guerra com o Iraque.
Em julho de 2021, um “drone” kamikaze desenvolvido pela Guarda Revolucionária do Irão atingiu um petroleiro no Golfo de Omã.
Nesse mesmo ano revelou o “Kaman 22”, inspirado no “drone” norte-americano “MQ-1 Predator” e do chinês “CH-5”.
Desde então, o programa de desenvolvimento militar do Irão continuou a evoluir ao ponto de o país sentir que podia lançar um ataque direto contra arquirrival Israel.