O porta-voz do Juntos pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, , defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de acabar com o monopólio nos Portos, apontando como solução “a regionalização, sobretudo para manter a livre concorrência e proteger a economia da região”.
“A economia não pode estar entregue a um operador portuário privado, sobretudo quando não existem contrapartidas para a região. E aquilo que nós defendemos, e que merece a aceitabilidade dos estivadores, é a regionalização da operação portuária. Não somos a favor que as atividades estejam concentradas apenas num grupo económico. É demasiado poder e impede o normal funcionamento da concorrência”, disse Élvio Sousa., após uma reunião com o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) no Porto do Caniçal, na zona franca da Madeira.
Segundo Élvio Sousa, “esta também tem sido uma opinião pública vinculada pela ACIF e pela Autoridade da Concorrência, bem como por estudos pagos pelo próprio Governo Regional PSD”.
Para o porta voz do JPP, “foi o monopólio dos Portos que expulsou o Ferry da Madeira, na operação anterior, um meio de transporte fundamental para a competitividade da economia regional, mas não nos moldes atualmente efetivados que não garantem a baixa do preço das mercadorias, como os bens de primeira necessidade”.
O ferry Volcan de Tijarafe faz esta quarta-feira a sua última ligação marítima entre Portimão e o Funchal. Durante os meses de verão, o ferry fez uma viagem semanal para ligar a região autónoma ao continente.
O porta voz do JPP lembrou ainda que “é do conhecimento público que existe um operador portuário que não paga renda há vinte e oito anos e esta situação é insustentável para a economia da região”.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de o JPP poder vir a participar numa geringonça, Élvio Sousa respondeu que “aqui nós temos a charola, não é geringonça”.
“A charola é uma composição em periforme de frutas e legumes da terra, utilizada nas procissões”, explica o porta voz do JPP, acrescentando que “era levada normalmente por duas ou quatro pessoas”.
“Nós não vamos carregar nenhum partido às costas e não vamos estabelecer carta branca a ninguém. A charola é uma composição de frutos e legumes, pode ser uma solução. Isto para dizer que o Juntos pelo Povo se afirma com marca própria, livre de pressões de grupos económicos”, assegurou Élvio Sousa, indicando que a meta eleitoral traçada pelo Juntos pelo Povo “é crescer ou manter o número de deputados”.
A candidata do JPP às eleições da Madeira, Patrícia Spínola, já afirmou a disponibilidade para coligações com outros partidos, mas não com a direita.
“Somos capazes de governar e em parceria. Pode acontecer, desde que respeite os princípios do JPP”, afirmou, acrescentando que “com direita não será”. “Não acreditamos em partidos que prejudicaram a região”, enfatizou.
O JPP surpreendeu nas eleições regionais de 2015, ao eleger cinco deputados para o parlamento madeirense na sua estreia.
As eleições legislativas regionais da Madeira decorrem em 22 de setembro, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.