O primeiro discurso do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, desde o escalar do conflito no Médio Oriente, a 7 de outubro, foi "visto com muita atenção" em Israel, relata a enviada especial da Renascença.
Catarina Santos dá conta que, no bairro judaico de Jerusalém, onde se assinala a véspera do Shabbat, "muitos preparavam-se para as celebrações que começaram antes do pôr do sol".
Mas se já havia famílias a fazer o caminho para o Muro das Lamentações, um judeu iraniano assistia ao discurso do Hezbollah pela tevelisão iraniana.
Elya Haim vive em Jerusalem há 35 anos, mas nasceu no Irão. Para ele, continua a ser mais fácil ouvir as notícias em farsi.
"Se o Hezbollah quiser lutar com Israel, os nossos militares dizem que estão prontos, mas estar em guerra não é bom. Já temos um inimigo a lutar connosco. Ter mais um não seria bom", refere à enviada especial da Renascença.
O judeu iraniano tem esperança que o Líbano faça tudo para não se envolver no conflito, nem que seja por não ter a economia em boa forma.
No entanto, o que realmente o preocupa são as possíveis ondas de choque no país onde nasceu.
"No Irão temos entre 15 mil e 20 mil judeus. Não sei o que vai acontecer à comunidade judaica. Ainda esta semana fizeram uma grande manifestação contra o regime de Israel", conta.
O líder do Hezbollah realçou que o grupo está envolvido na guerra entre Israel e o Hamas desde 8 de outubro e que todas as possibilidades estão em cima da mesa. Nas últimas semanas, têm aumentado os confrontos entre as forças de defesa israelitas e o Hezbollah — agora com o auxílio de milícias suportadas pelo Irão — nas fronteiras com o Líbano.