Twitter encerra conta de Donald Trump definitivamente
08-01-2021 - 23:26
 • Renascença

Rede social explica que tomou a decisão "devido ao risco de mais incitamento à violência", na sequência da invasão do Capitólio por parte dos apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos.

A rede social Twitter anunciou esta sexta-feira o encerramento da conta de Donald Trump a título definitivo.

A decisão de "suspender permanentemente" a conta do Presidente cessante dos Estados Unidos acontece na sequência das últimas mensagens publicadas por Donald Trump após a invasão do Capitólio, na quarta-feira, em que morreram cinco pessoas.

"Após uma análise cuidadosa dos Tweets recentes da conta @realDonaldTrump e o contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitamento à violência", explica a rede social, em comunicado.

Donald Trump tinha sido suspenso provisoriamente, na quarta-feira, depois dos acontecimentos desta semana no Capitólio, em que publicou um vídeo a reafirmar acusações de fraude eleitoral, sem provas, e a dizer que aquele era um dia para recordar.

"No contexto de eventos horríveis nesta semana, deixamos claro na quarta-feira que violações adicionais das regras do Twitter potencialmente resultariam neste mesmo curso de ação", refere o Twitter, rede social de eleição de Trump para comunicar com o mundo.


A empresa avisou que, depois da suspensão provisória, Trump podia ser banido se prevaricasse. O que aconteceu esta sexta-feira, na leitura dos responsáveis pela rede social de mensagens com 280 caracteres.

O Twitter explica que a gota de água foram dois "tweets" publicados esta sexta-feira, 8 de janeiro.

No primeiro Trump escreveu que: "Os 75 milhões de grandes Patriotas Americanos que votaram em mim, América Primeiro e Tornar América Grande Outra Vez, vão ter uma voz gigante no futuro. Eles não vão ser desrespeitados ou tratados injustamente d nenhuma maneira ou forma".

Pouco depois, o Presidente derrotado pelo democrata Joe Biden nas eleições de novembro voltou a publicar uma nova mensagem: "Para todos os que perguntaram, não vou à tomada de posse no dia 20 de de janeiro".


O comunicado salienta que a política da empresa é permitir que o público tenha acesso direto às autoridades eleitas e os líderes mundiais, mas ninguém está acima das regras e o Twitter não pode ser usado para "incitar violência, entre outras coisas".

O Twitter entende que, "devido às tensões existentes nos Estados Unidos" no rescaldo da invasão ao Capitólio, "estes dois tweets devem ser lidos no contexto de eventos mais amplos no país e nas maneiras pelas quais as declarações do Presidente podem ser mobilizadas por diferentes públicos, incluindo para incitar a violência".

Outro argumento invocado é o padrão de comportamento da conta de Donald Trump nas últimas semanas.

O Presidente cessante dos Estados Unidos tinha 88 milhões de seguidores naquela rede social. Utilizava a sua conta diariamente para comunicar ideias e medidas, mas também para ofender os seus adversários políticos, a comunicação social, espalhar notícias falsas e teorias da conspiração.