Tendo presente os valores de mercado, o gasóleo deverá descer até 12 cêntimos e a gasolina até quatro cêntimos para próxima semana. A tendência é confirmada à Renascença pela Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO).
Estes valores podem ainda sofrer ajustamentos porque é preciso ter em conta as cotações do brent ao longo de sexta-feira, assim como a cotação do euro face ao dólar na última semana.
“Tendo em conta o que se passou nos primeiros quatro dias da semana, relativamente às cotações internacionais da gasolina e do gasóleo, verificamos uma tendência de descida de cerca de 10% na cotação do gasóleo e de 3,6% na gasolina. Isto dá qualquer coisa na ordem - se pusermos o efeito IVA sobre isto - uma descida das cotações de cerca de 12 cêntimos no gasóleo e de quatro cêntimos na gasolina”, confirma o secretário-geral da APETRO.
Segundo António Comprido há que esperar o fecho do dia desta sexta-feira, “mas há claramente há uma tendência de descida na próxima semana. O valor de um dia não vai alterar substancialmente a média da semana”, sublinha.
O responsável lembra que está a falar de cotações e não dos preços finais. “Isso depois depende de cada marca de repercutir ou não e de que forma este valor na bomba.”
Questionado sobre o impacto do anúncio do Presidente norte-americano, de libertar um milhão de barris por dia das reservas estratégicas, António Comprido fala numa “iniciativa positiva, que pode influenciar os mercados”, mas acrescenta que “está tudo muito dependente, não só do desenvolvimento da guerra na Ucrânia, como do que vai acontecer às exportações do petróleo russo”.
O secretário-geral da APETRO salienta, no entanto, que “até agora a história mostra que as intervenções, libertando reservas, não têm tido grande influência no preço”.
António Comprido diz que “um milhão de barris é importante”, mas alerta “que o mundo gasta 100 milhões de barris por dia, por isso, um milhão é 1% do consumo diário”. Defende que não é suficientemente impactante para produzir uma alteração significativa.
Para ajudar a mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis, o Executivo criou uma fórmula que previa uma descida do ISP. O Governo anuncia todas as sextas-feiras qual o valor que vai vigorar, com base no mecanismo semanal de revisão dos valores das taxas unitárias de ISP, que reflete na determinação das referidas taxas a variação da receita de IVA, que ocorre em virtude das alterações nos preços dos combustíveis.