​EUA advertem aliados da NATO que têm de aumentar gastos
15-02-2017 - 17:50

Secretário da Defesa norte-americano faz ultimato até ao final do ano.

O secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, adverte que os EUA poderão reduzir o apoio à NATO caso os países aliados não aumentem os gastos com a defesa e disse esperar resultados até ao fim do ano.

"A América cumprirá as suas responsabilidades, mas se as vossas nações não quiserem ver a América moderar o seu compromisso para com a Aliança, cada uma das vossas capitais têm de demonstrar que apoia a nossa defesa comum", declarou.

Em concreto, Mattis exigiu que até ao final do ano cada país aliado adopte um plano com objectivos específicos e calendarizados e que mostre um "progresso sólido" no cumprimento das metas fixadas em 2014.

"Temos de garantir que no final do ano não estamos no ponto em que estamos hoje", disse, na sua intervenção na primeira sessão da ministerial da Defesa, na sede da NATO, Bruxelas, distribuída aos jornalistas presentes.

O chefe do Pentágono disse que os países que ainda não cumprem o objectivo de gastar em defesa um montante anual equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) "têm de acelerar" os esforços para o conseguirem atingir.

Quanto aos que nem sequer têm um plano para atingir aquele objectivo, "é importante que estabeleçam um rapidamente", acrescentou.

Além dos EUA, apenas quatro países aliados cumpriram a meta dos 2% do PIB: Reino Unido, Estónia, Polónia e a Grécia. Quanto a Portugal, segundo dados do Ministério da Defesa, as despesas com a defesa atingiram 1,37% do PIB em 2016, ainda longe do objectivo fixado pelos aliados.

"Apresentar um nível de empenho sólido e imediato para honrar os compromissos que fizemos nas cimeiras de Varsóvia e de Gales tem de ser uma realidade se quisermos assegurar uma Aliança credível", disse.

Para Mattis, a NATO só se manterá "forte se as nações aliadas mostrarem que respeitam" as vantagens de pertencer à organização e a necessidade de suportar os encargos e os sacrifícios associados de forma igual.

"Os contribuintes norte-americanos não poderão suportar uma parte desproporcionada dos encargos da defesa da liberdade", afirmou, acrescentando: "os americanos não podem ser mais responsáveis pelas vossas crianças dos que vós".

À chegada, numa declaração à imprensa, James Mattis tinha assegurado que a NATO continua a ser uma "base fundamental" para os EUA e sublinhado o "forte apoio" do Presidente Donald Trump à Aliança Atlântica.

Quanto ao tema dos gastos com a defesa, Mattis tinha considerado "uma reivindicação justa" defender que todos os aliados paguem a sua parte dos encargos mas não estabeleceu qualquer prazo nem admitiu a possibilidade de os EUA diminuírem o apoio à Aliança Atlântica.