António Fidalgo, antigo guarda-redes de Benfica e Sporting, destaca os protagonistas nas balizas do dérbi deste domingo. Odysseas Vlachodimos e António Adán são peças importantes e podem fazer a diferença no jogo grande da jornada 16.
“Erram como todos, mas transmitem confiança. São os primeiros avançados e, nesse aspeto, ambos vão ter trabalho, principalmente Adán. Dentro dos postes são os dois tecnicamente evoluídos”, diz, em Bola Branca.
Com experiência de muitos dérbis, dos dois lados, Fidalgo recorda aquilo que preocupa um guarda-redes na abordagem a jogos desta dimensão. O erro é cobrado de forma diferente ao dono da baliza: “é o jogador que marca, ou o guarda-redes que sofre”.
“O avançado falha cinco golos de baliza aberta, mas marca um golo no último momento do jogo e é o melhor jogador em campo. O guarda-redes faz seis defesas extraordinárias, evita golos feitos, mas no último tem azar e é o pior jogador em campo. O maior receio de um guarda-redes é ter responsabilidades individuais num golo”, explica, em entrevista à Renascença.
Benfica melhor, Sporting aflito
Quando ao lançamento do jogo, António Fidalgo vê um Benfica que “parece-me mais forte”, para receber um Sporting que “joga uma cartada importante”, porque corre o risco de “ficar fora dos primeiros lugares”.
“Projetar o jogo é um exercício muito especulativo, sigo-me pelo momento atual das equipas e, nesse aspeto, dificilmente se pode negar que o Benfica está melhor”, sublinha.
Quando aos indisponíveis para o dérbi, do lado encarnado, Rafa Silva e Grimaldo são dúvidas para Roger Schmidt. O avançado falhou o jogo com o Varzim, na Taça de Portugal, com uma entorse, enquanto o espanhol saiu lesionado do encontro na Póvoa. Nos leões, Morita continua afastado dos trabalhos da equipa.
“Rafa e Grimaldo fazem muita falta ao Benfica. Rafa é um jogador com características muito próprias, não há ninguém no plantel do Benfica que o possa substituir. A ausência de Grimaldo ainda pode ser disfarçada, a de Rafa não. Se não jogar, será uma boa noticia para o Sporting. Já a possível ausência de Morita, como temos visto pelos jogos em que não esteve presente, faz notar uma grande fragilidade no meio-campo do Sporting”, analisa Fidalgo.
Enzo homenageado
Enzo Fernández foi castigado pelo Benfica pela viagem não autorizada à Argentina, para a passagem de ano, falhado a homenagem dos adeptos encarnados a Otamendi pela conquista do campeonato do Mundo.
Para António Fidalgo, o problema entre jogadores e clube está ultrapassado, pelo que os adeptos devem ter a mesma atitude para com o atleta.
“É ímpar no meio-campo, insubstituível. O Benfica tem de dar graças por o ter e mal dos benfiquistas se não estiverem ao lado de Enzo. Penso que os associados até vão aproveitar esta altura para prestar o tributo que já prestaram a Otamendi, por ter sido campeão do mundo”
Fidalgo representou o Benfica entre 1970 e 1979, seguido de uma passagem de quatro época pelo Sporting. Venceu três campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.
O dérbi lisboeta está agendado para este domingo, às 18h00, no Estádio da Luz. O jogo tem relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.