O Novo Banco teve prejuízos de 290,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma melhoria face aos 362,6 milhões de euros negativos registados entre Janeiro e Junho do ano passado, foi anunciado esta sexta-feira.
Na informação divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco destacou que o resultado operacional (antes de imparidades e impostos) foi positivo em 171,5 milhões de euros, um aumento de 20,5% face ao mesmo período de 2016, considerando que é "demonstrativo da capacidade de geração de resultados por parte do grupo Novo Banco".
Quanto aos gastos, os custos operativos diminuíram 12,8% para 265,2 milhões de euros.
"Estes resultados evidenciam o enorme esforço de reestruturação do banco, quer no aumento dos resultados operacionais, quer na redução continuada de custos", disse o presidente do Novo Banco, António Ramalho, citado no comunicado.
O Novo Banco foi criado aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), em 3 de Agosto de 2014, como banco de transição, sendo detido na totalidade pelo Fundo de Resolução, entidade detida pelos bancos do sistema, mas gerido pelo Banco de Portugal (BdP).
Em Março, foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução (actual accionista único do Novo Banco) e o fundo norte-americano Lone Star, que prevê que o Novo Banco seja alienado em 75%, mantendo o Fundo de Resolução 25%.
A Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injectar 1.000 milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões entrarão quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.
Já o Fundo de Resolução ficou com a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas que venham a ser reconhecidas com os chamados activos 'tóxicos' (crédito malparado e imobiliário) e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição, no máximo de 3,89 mil milhões de euros.
A concretização do negócio ainda está sujeita a três condições: as autorizações da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, a nível de ajudas estatais, e do Banco Central Europeu, mas também a uma operação de diminuição de passivo do Novo Banco.
Esperava-se que esta operação fosse uma troca de dívida própria, mas no início desta semana foi conhecido que o banco optou por uma recompra desses títulos com vista a poupar 500 milhões de euros.
A participação pelos detentores de dívida nesta operação é voluntária.