Com o Parlamento prestes a ser dissolvido, os prazos para os deputados apreciarem o veto presidencial ficam suspensos, o que significa que o assunto passa para as mãos da próxima composição parlamentar.
Mas isto não significa que os deputados vão confirmar a versão aprovada a 5 de novembro, pois, segundo o constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia podem até esquecer o assunto.
“De acordo com a Constituição, o diploma sendo devolvido a Assembleia da República deve fazer uma de três coisas: Ou modificar aquilo que o Presidente entende estar errada; não fazer nada e deixar morrer o assunto; ou confirmar por maioria absoluta dos deputados. Mas, nesta situação, o assunto terá de ficar para a próxima legislatura.”
Segundo o constitucionalista, há dúvidas sobre o caminho a seguir. Saber se este processo legislativo caduca com a dissolução, se a reapreciação feita pelos deputados pode ser feita logo que o novo Parlamento se inicie, ou se, pelo contrário, é necessário fazer tudo de novo.
“Se é preciso repetir todo o processo - nova iniciativa legislativa, aprovação na generalidade, na especialidade e na votação final global - ou se o novo Parlamento reeleito, vai reapreciar para saber se desiste, se muda a lei ou se confirma, sem mudar, por maioria absoluta”, explica.
Na sua opinião, o Parlamento não irá repetir todo o processo legislativo. Pois, havendo um veto será o próximo mandato parlamentar a continuar um procedimento que da parte do Parlamento já tinha sido terminado com a aprovação final global do diploma.