O cenário está traçado. "Os edifícios europeus são responsáveis por 40 por cento do consumo de energia e 36 por cento de emissões de dióxido de carbono. Em Portugal, falamos de 30 por cento do consumo de energia final e temos 70 por cento dos edifícios que não são energeticamente eficientes."
Por esta razão, a Associação Ambientalista Zero juntou-se a 20 outras organizações não governamentais por toda a Europa que, num esforço coordenado, lançaram uma campanha a nível europeu com o objetivo de pressionar o Banco Central Europeu a aplicar taxas de juro reduzidas para a renovação em prol da eficiência energética.
À porta da sede do Banco de Portugal, na baixa de Lisboa, os ativistas da Zero vestiram casas de papel de alumínio, em que se liam frases como "renovas as nossas casas" ou "temos frio".
Para Francisco Ferreira, presidente da Zero, não está a ser dada prioridade às renovações dos edifícios, que são demasiado lentas. Por isso, é necessário "alertar para a necessidade dos bancos centrais de cada um dos países terem taxas de juro claramente preferenciais para empréstimos com vista á renovação energética das casas e dos edifícios".
Ainda para mais porque há especificidades no caso português.
"Não só isso tem custos para as famílias portugueses, porque estão a fazê-lo de forma ineficientes porque os edifícios não estão suficientemente isolados, como além disso, muitas das pessoas não têm os meios financeiros para fazer o que é necessário em termos de reabilitação e renovação dos edifícios".