“O primeiro-ministro que não se demitiu devido às mortes dos incêndios, é o mesmo que provoca uma crise política por causa dos professores”, acusa a líder do CDS, Assunção Cristas.
António Costa "tem que se virar para os seus parceiros de coligação", PCP e Bloco de Esquerda, se quiser chegar ao fim da legislatura, declarou Cristas. "Se o Governo perdeu a sua maioria então não tem como governar", sustenta.
A líder do CDS falava em conferência de imprensa após a ameaça de demissão do Governo se a reposição integral do tempo de serviço dos professores for aprovada em votação final global no Parlamento.
Assunção Cristas afirma que "é mentira que esteja em causa mais despesa neste Orçamento do Estado, mais despesa para futuro, é mentira que se ponha em causa contas públicas".
"Com base em três mentiras, o primeiro-ministro cria uma crise política que afeta credibilidade externa de Portugal para tirar dividendos eleitorais."
A líder do CDS afirma que "o primeiro-ministro que ameaça hoje demitir-se, como José Sócrates antes do PEC 4, é o mesmo que há semanas negava categoricamente essa hipótese. Um primeiro-ministro que há semanas de eleições quer virar costas ao país não tem credibilidade".
Questionada pelos jornalistas se, no caso de integrar o próximo Governo, irá repor os nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço reivindicados pelos professores, Assunção Cristas respondeu que concorda com o princípio e promete negociar não só o tempo de serviço, mas também matérias como a avaliação dos professores e as carreiras.
"O nosso compromisso não é com datas, é com princípios. A nossa posição é coerente e responsável", sustenta a líder do CDS, que vai pedir uma audiência ao Presidente da República.