O presidente do Chega acusou hoje PSD e CDS-PP de uma "traição profunda" à direita por terem assinado um acordo de incidência parlamentar com o PAN na Madeira, considerando que "vale tudo" para permanecer no poder.
"Este acordo é uma traição profunda à direita", afirmou o líder do Chega numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, depois de ter sido divulgado que a coligação PSD/CDS-PP assinou com o PAN um acordo de incidência parlamentar que vai viabilizar uma maioria absoluta no parlamento da Madeira.
André Ventura considerou que este entendimento constitui "um dos números mais impensáveis no panorama político português em muitas décadas" e prova que "para o PSD vale tudo para manter o poder".
"Faltava isto para percebermos quão degradado está o panorama da política nacional", afirmou, acusando sociais-democratas e centristas de aceitarem "vender a alma ao diabo para se manterem no poder".
Ventura criticou também o líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional por não se ter demitido na sequência de falhar a maioria absoluta, como disse durante a campanha que iria fazer.
Lembrando o seu passado no PSD, acrescentou: "Este acordo fere-me como antigo militante do PSD e a muitos dirigentes, deputados e amigos que tenho no PSD. É uma traição à memória do PSD, à memória da direita".
O presidente do Chega apontou que este "acordo forjado à última hora" com um partido que "nada tem que ver com ideias base do PSD e do CDS" é "uma benesse para o PS".
André Ventura desafiou também os líderes do PSD e do CDS-PP a pronunciarem-se sobre este acordo, afirmando que "gostava de ouvir Luís Montenegro e Nuno Melo sobre esta brutal traição".
"Não espantará ninguém se noutras eleições regionais, ou nas legislativas, o PSD entender que poder coligar-se com o PAN, o BE ou o PCP para um qualquer acordo que evite a governabilidade com o Chega", defendeu.