O aumento do número de vagas nas universidades e politécnico é um sinal positivo para o ministro do Ensino Superior.
Em entrevista à Renascença, Manuel Heitor diz que este é mais um contributo no sentido de o país conseguir ter seis em cada dez
jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030.
"A entrada no Ensino Superior é sempre um dado positivo. Se hoje temos mais de metade dos jovens de 20 anos a participar no Ensino Superior, e isso nos deve orgulhar, temos de continuar a crescer. Por isso, este é um processo sistemático que tem vindo a ser feito gradualmente, todos os anos", diz Manuel Heitor.
Para
o ministro, este aumento de vagas está "certamente associado ao aumento
do esforço público para os apoios sociais, com o objetivo de virmos a
ter até ao final desta década seis em cada dez jovens de 20 anos a
participar no Ensino Superior e por isso aprender mais, ensinar mais e
melhor".
Este ano há mais 2% de lugares, em relação ao ano passado. Estão disponíveis perto de 53 mil vagas.
No topo deste aumento voltam a surgir Lisboa e Porto que, após dois anos com cortes por determinação do Governo para corrigir desequilíbrios territoriais, puderam disponibilizar novamente mais lugares no ano passado.
Em termos absolutos, é na Universidade do Porto e na Universidade Nova de Lisboa que se registou o maior crescimento, como já tinha acontecido, aliás, no ano anterior.
Quase 500 vagas são em novos cursos nas áreas das engenharias e competências digitais - para o ministro, esta é uma reposta à procura que há por estas competências no tecido empresarial.
"Tem vindo a crescer muito a oferta, mas também cada vez mais a procura, quer de recursos humanos qualificados nas áreas digitais e, cada vez mais, em competências ecológicas ou para a transição ambiental. E esses, hoje, são fatores decisivos para a modernidade e para o desenvolvimento social e económico", diz o ministro, em entrevista à Renascença.
O ministro admite que a oferta do ensino superior nas áreas
digitais tem crescido muito, mas lembra que, nestas áreas, o país tem de
ir para além da formação dos mais jovens. "O país um desafio colectivo,
de estamos sempre a requalificar, a reconverter
competências". "Por isso, aprender ao longo da vida é cada vez mais
o desafio das sociedades digitais".
Manuel Heitor sublinha que a crescente "capacidade instalada" no Ensino Superior traz também "uma confiança cada vez maior dos empregadores naquilo que é qualificação superior em Portugal".
Para isso, o Governo tem feito um esforço por atrair estudantes estrangeiros para estas zonas, "quer do Brasil, quer
de África mas de uma forma crescente também da Europa".