O Governo apresentou aumentos salariais e dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos sindicatos médicos, mas a reunião desta quinta-feira terminou sem acordo.
O Ministério da Saúde propôs um aumento da remuneração de entrada para os médicos especialistas que trabalham nos hospitais. Passa a receber mais 917 euros por mês, num total de 3.780 euros, adiantou à Renascença fonte do Ministério da Saúde.
Foram apresentados outros aumentos de remuneração base de 12,7% para médicos das atuais Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, e um aumento superior a 60% a quem transitar para modelo A e um aumento de 3% para os médicos internos de formação geral.
A remuneração de entrada de um médico especialista aumenta 917 euros por mês, para 3.780 euros.
Está ainda previsto um aumento de 4,74% para os médicos nos três primeiros anos do internato de formação específica e um aumento de 9,8% para os médicos a partir do quarto ano da especialidade.
O Governo propõe que a dedicação plena aplique-se a todos os médicos integrados em USF.
No que toca aos Cuidados de Saúde Hospitalares, todos os médicos em dedicação plena terão um horário de 35 horas, a que acrescem 5 horas de trabalho semanal.
Fonte do Ministério da Saúde indica que o suplemento pelo alargamento da lista de utentes permitirá proporcionar acesso a médico de família a mais 250 mil portugueses.
Os médicos que não possam integrar no imediato uma USF modelo B, poderão aderir individualmente ao regime de dedicação plena com acréscimo remuneratório de 33%, indexado ao alargamento da lista de utentes.
Segundo a mesma fonte, estes aumentos são imediatos e, a partir de 1 de janeiro do próximo ano, somam às valorizações remuneratórias transversais à Administração Pública.
No final da reunião, Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse aos jornalistas que a proposta de aumentos de 3,6% apresentada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, é "claramente insuficiente" e as greves são para manter no setor.
"Os médicos, que estão há cerca de 14 anos sem qualquer aumento salarial, um aumento de 3,6% não vai permitir fixar os médicos no Serviço Nacional de Saúde", declarou Roque da Cunha.
Os médicos da área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão estar em greve nos dias 13 e 14 de setembro, indica um pré-aviso do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Joana Bordalo e Sá, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), diz que "pouco se avançou" na reunião desta quinta-feira com o ministro da Saúde e lamenta a falta de "vontade política".
A FNAM anunciou, em comunicado, que mantém a "greve nacional de dois dias para 14 e 15 de novembro, com manifestação, dia 14, às 15h00, à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa".
[notícia atualizada]