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Em cinco meses de vacinação contra a Covid-19, Portugal conseguiu evitar mais de 700 mortes devido à doença e cerca de 27 mil casos. A estimativa foi apresentada pelo coordenador do projecto Covid19 Insights, esta setxa-feira, ao jornal Público.
Para Pedro Simões Coelho a estratégia definida pela task force teve um " efeito dramaticamente importante sobre o SNS". Em entrevista à Renascença, o presidente do conselho científico da NOVA IMS revela que no pico da pandemia, "conseguimos reduzir a incidência diária em 1.500 casos por dia, o que é um valor impressionante numa altura em que o efeito da vacinação não era assim tão visível".
"Esta estimativa permitiu-nos perceber que a vacinação poderá ter reduzido quase 18 mil dias de internamentos, dos quais mais de três mil em cuidados intensivos. Estimamos que a vacinação poderá ter poupado mais de 700 vidas neste período", adianta.
Mas o efeito da vacinação não se resume ao número de óbitos e infetados. Usando como referência o valor contratualizado pelo SNS com os privados, Pedro Simões Coelho conclui que, só a redução de internamentos, poupou ao Serviço Nacional de Saúde mais de cinco milhões de euros.
“Estes 5 milhões de euros não podem deixar de nos impressionar, mas são apenas a ponta do iceberg. Existem muitos outros benefícios económico indiretos que resultam de termos tido menos pessoas doentes e menos pessoas internadas, nomeadamente o facto das pessoas terem continuado a trabalhar, a participar no mercado do trabalho e a ser produtivos para a asociedade”, acrescenta.
Perante este cenário animador, o especialista acredita que é "virtualmente impossível” que Portugal volte a enfrentar uma vaga semelhante à que viveu entre janeiro e fevereiro deste ano, com um pico que superou os 16 mil casos diários.
"Haverá, nos dias de hoje, aumentos pontuais da incidência e que estão associados ao aumento da mobilidade ou à entrada de estrangeiros, mas o que é importante dizer é que esse aumento da incidência já não tem um reflexo significativo, nem em internamentos, nem em óbitos e isso é um resultado claro da vacinação. Diria que é de esperar que não voltemos a viver nada semelhante", defende.
Já esta sexta-feira, o diretor de serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), avançou que dos 272 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 em pessoas com a vacinação completa em Portugal, apenas 15 resultaram em hospitalizações e zero em mortes.
"Estes números atestam bem o poder que as vacinas [contra a Covid-19] têm na redução não só da doença, mas também das suas manifestações mais negativas", afirmou André Peralta Santos na reunião periódica de análise da situação epidemiológica do país, que junta no Infarmed, em Lisboa, especialistas, membros do Governo e o Presidente da República.