O que esperar do plano da habitação? Marcelo dá o exemplo do melão
17-02-2023 - 16:43
 • Renascença com Lusa

Presidente diz que precisa de "perceber em pormenor" cada medida do Programa Mais Habitação apresentando por António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa quer esperar por conhecer as leis relativas ao plano de habitação anunciado pelo Governo antes de se pronunciar sobre as propostas. O Presidente da República dá o exemplo do melão para explicar que são necessários mais pormenores.

“Olhando para o pacote, que é muito grande, não é possível ter uma ideia clara do que lá está dentro. O povo costuma dizer só se sabe se o melão é bom depois de o abrir. É preciso abrir o melão”, afirmou à margem de uma iniciativa na aldeia Podence, em Bragança.

Para ilustrar a sua opinião, o Presidente da República voltou a traçar um paralelismo com a dúvida do consumidor sobre a qualidade da fruta antes de a abrir e provar:

“Ontem foi apresentado o 'melão', agora é preciso olhar para cada lei e ver o que cada uma delas diz. Quanto é que custa para o Estado, quantas famílias abrange, quais os efeitos, quanto tempo demora a produzir efeitos, aquilo que tem pés para andar e aquilo que não tem pés para andar”, disse.

Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração de um mural em sua honra criado pelo artista transmontano Trip Dtos, na aldeia Podence, o chefe de Estado salientou que as linhas de atuação propostas pelo Governo “são do acordo de todos", mas que a questão está em "saber como é que os objetivos são atingidos”.

O novo pacote legislativo foi aprovado num Conselho de Ministros dedicado ao setor, tendo o Governo assumido a habitação acessível como um dos maiores desafios da atualidade.

Entre as medidas que visam estimular o mercado de arrendamento, assim como a agilização e incentivos à construção, incluem-se o fim dos vistos 'gold', o Estado substituir-se ao inquilino e pagar rendas com três meses de incumprimento, a obrigatoriedade de oferta de taxa fixa pelos bancos no crédito à habitação ou famílias que vendam casas para pagar empréstimo da sua habitação ficarem isentas de mais-valias.

O programa ficará em discussão pública durante um mês. As propostas voltarão a Conselho de Ministros para aprovação final, em 16 de março, e depois algumas medidas ainda terão de passar pela Assembleia da República, segundo o primeiro-ministro.