Zelensky rejeita ultimato da Rússia para entregar cidade de Mariupol
21-03-2022 - 19:28
 • Lusa

O chefe de Estado voltou a sublinhar que o povo ucraniano rejeita a presença das forças russas.

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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu esta segunda-feira que o seu país não poderá aceitar o ultimato feito pela Rússia para entregar a cidade estratégia de Mariupol, porque o povo ucraniano rejeita a presença das forças russas.

"A Ucrânia não será capaz de cumprir o ultimato. Nós não poderemos fazê-lo fisicamente. Como é que isso pode ser feito? Eles teriam que eliminar-nos a todos e então o seu ultimato seria cumprido automaticamente", realçou Volodymyr Zelensky durante uma entrevista com órgãos de comunicação social europeus.

Volodymyr Zelensky deu como exemplo: "Entreguem-nos Kharkiv, entreguem-nos Mariupol, entreguem-nos Kiev. Nem o povo de Kharkiv, de Mariupol ou de Kiev podem fazer isso".

O chefe de Estado ucraniano realçou que mesmo em cidades já ocupadas pelos russos, como Melitopol ou Berdyansk, quando as forças russas entram o povo não se rende.

"[Os russos] levantam a bandeira, o povo tira-a. Mataram um homem, sim, as pessoas escondem-se, mas à noite eles saem e derrubam a bandeira novamente. O que é que querem? Destruírem-nos a todos? Só podemos cumprir o ultimato quando não estivermos mais aqui", salientou.

A cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, tem sido foco de combates com forças russas, que aplicaram um cerco que dura há vários dias, sem final à vista.

Cerca de 400.000 pessoas ficaram presas em Mariupol durante mais de duas semanas, enquanto decorriam fortes bombardeamentos russos que cortaram a eletricidade, aquecimento e abastecimento de água, segundo fontes das autoridades locais.

A Rússia pediu no domingo que as forças ucranianas se rendessem e deixassem Mariupol "sem armas", algo que Kiev descreveu como um "delírio".

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse esta segunda-feira que a resistência de Mariupol, fortemente bombardeada pelos russos durante dias, está "a salvar" outras cidades, como Dnipro, Kiev e Odessa, da intensificação de uma ofensiva contra elas.