Portugal vai receber os primeiros refugiados afegãos ainda em agosto, avança o ministro da Defesa nesta quinta-feira.
“Apontaria para ainda este mês de agosto”, afirmou em resposta aos jornalistas, à margem de um evento em Almada.
João Gomes Cravinho garante que “o Governo está muito empenhado e coordenado nas suas diferentes áreas de atividade e de intervenção para poder receber aqueles que forem definidos durante os próximos dias”.
“Há um trabalho intenso, coordenado neste momento pela senhora ministra de Estado e da Presidência, e ainda não estão plenamente definidas todas as modalidades”, acrescenta.
A prioridade é retirar rapidamente do Afeganistão os estrangeiros e os afegãos que colaboraram com as organizações internacionais.
São “todos os estrangeiros que lá estão e que querem sair, todos os afegãos que trabalharam ao longo dos anos com as forças estrangeiras, da NATO, com a delegação da União Europeia, com a representação das Nações Unidas e são bastantes milhares de afegão”, diz.
Gomes Cravinho esteve nesta quinta-feira em Almada para acompanhar a largada da fragata Corte-Real da Base Naval rumo ao Mar Báltico, onde vai integrar a Força Naval Permanente n.º 1 da NATO (Standing NATO Maritime Group One) nos próximos quatro meses.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros tinha afirmado que Portugal vai acolher 50 refugiados afegãos numa fase “mais imediata”, sendo dada prioridade aos cidadãos que colaboraram com as forças internacionais e que se sentem mais ameaçados pelos talibãs.
Numa fase posterior, no quadro das mesmas organizações, Portugal, assim como outros Estados-membros da União Europeia, irão acolher um maior número de refugiados, avançou Santos Silva.
Na madrugada desta quinta-feira, chegou a Espanha o primeiro grupo de afegãos que vai ser distribuído por cinco países da UE.
Bruxelas já confirmou, através do seu Alto Representante para a Política Externa que a União Europeia vai receber entre 380 e 400 pessoas.
NATO, União Europeia e Nações Unidas – cada uma das organizações está nesta altura a preparar a saída dos afegãos que consigo trabalharam. Portugal está presente nestas três frentes de análise.