O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) apresentou o manifesto eleitoral para as eleições legislativas, que inclui a renegociação da dívida, a reposição da taxa intermédia do IVA na restauração e electricidade e o fim das privatizações.
"A dívida, tal como está estruturada, não é sustentável e o que estamos a pagar por ano em juros faz falta para devolver salários e pensões e para pôr o país a produzir", referiu Heloísa Apolónia numa iniciativa que decorreu em Lisboa, na qual o PEV apresentou o seu manifesto eleitoral e as listas de candidatos a deputados à Assembleia da República.
Perante cerca de meia centena de apoiantes do PEV e da CDU, Heloísa Apolónia defendeu a "reposição da taxa intermédia do IVA na restauração para os 13% e na electricidade para os 6%" e o "fim aos processos de privatizações nos vários sectores essenciais da economia".
Na sua intervenção, Heloísa Apolónia apresentou os sete pontos principais que constituem o "Manifesto Ecologista": renegociar a dívida -- pôr fim à austeridade e promover a justiça social; promover uma economia sustentável -- desenvolver o país, combater o despovoamento e a emigração forçada; promover o emprego -- garantir os direitos e a qualidade de vida; defender os serviços públicos e as funções sociais do Estado -- fator de igualdade, de bem-estar e de desenvolvimento; alterações climáticas -- combate e adaptação e eficiência energética; defender os recursos naturais -- salvaguardar a biodiversidade e os direitos dos animais; defender a soberania -- defesa da democracia, da justiça, dos direitos, liberdades e garantias.
No seu manifesto eleitoral, o PEV defende a luta pela "gestão pública dos transportes colectivos com preços socialmente justos", bem como a "complementaridade e intermodalidade" e reestruturação do sector.
Na área social, "Os Verdes" querem o aumento progressivo do salário mínimo nacional para 550 euros, a reposição das 35 horas de trabalho semanal, a reposição dos feriados extinguidos pelo actual Governo, a actualização dos valores e dos critérios de atribuição do subsídio de desemprego e a reposição dos cortes salariais.
Ao nível da saúde, o PEV pretende "pôr um fim às taxas moderadoras" e o incentivo à natalidade.
Quanto ao ambiente, "Os Verdes" defendem que "Portugal não precisa de mais barragens", por isso quer parar o Programa Nacional de Barragens, assim como o aumento das verbas para o Instituto da Conservação da Natureza, a criação de uma rede de canis e gatis, pondo fim ao abate animal, e o fim do financiamento público das touradas.
Quanto à soberania nacional, o PEV, que irá concorrer às eleições legislativas integrado na CDU, pretende a "ruptura com o Tratado Orçamental e as políticas da União Europeia", assegurar a soberania sobre os recursos marinhos e a Zona Económica Exclusiva e reverter o processo de extinção de freguesias.
Heloísa Apolónia aproveitou ainda para criticar PS e PSD, cujas medidas, na sua opinião, vão "afundar o país" já que "vão sempre no mesmo sentido".
"Estão a habituar o povo português à dimensão do empobrecimento", sublinhou a deputada referindo-se aos dois maiores partidos, considerando ainda que "um povo ambicioso estraga os estes projectos políticos".
Heloísa Apolónia aproveitou também para deixar umas palavras de solidariedade com o povo grego, "tão vítima da austeridade como o povo português".
Heloísa Apolónia será terceira na lista de candidatos a deputados CDU no círculo de Setúbal, enquanto o deputado José Luís Ferreira é quarto por Lisboa. A única cabeça de lista do PEV será Manuela Cunha, membro da Comissão Executiva Nacional do partido, e que concorrerá pelo círculo de Portalegre.