O alojamento turístico registou 2,4 milhões de hóspedes e 6,0 milhões de dormidas em abril, registando crescimentos homólogos de, respetivamente, 424,6% e 548,4%, ultrapassando os níveis de 2019, revelou hoje o INE.
Segundo as estatísticas da atividade turística, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os aumentos registados em abril compram com a subida de 462,6% de hóspedes e de 540,6% das dormidas, em março.
"Face a abril de 2019, registaram-se crescimentos de 1,6% e 1,1%, respetivamente", refere a autoridade estatística nacional, realçando que é a primeira vez, desde o início da pandemia, que se registam crescimentos face ao período homólogo anterior à pandemia.
Neste querto mês do ano, o mercado interno contribuiu com 1,9 milhões de dormidas (mais 193,6% do que no mesmo mês do ano passado) e os mercados externos com 4,1 milhões, o maior valor desde o início a pandemia.
"Na comparação com abril de 2019, estes números indicam que o mercado interno cresceu 15,0%, enquanto do lado dos mercados [externos] se verifica uma diminuição de 4,4%", precisa o INE.
Os dados da atividade turística em abril apontam para aumentos nas dormidas em todas as regiões do país, com o Algarve a concentrar 27,1% das dormidas, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (26,5%), o Norte (16,7%) e a Região Autónoma da Madeira (12,1%). Estas foram também as regiões onde se observaram as maiores variações homólogas, sendo que no caso do Algarve, as 1.636,1 contabilizadas traduzem uma subida de 1. 060,0%.
A comparação com 2019 revelam níveis superiores na Região Autónoma a Madeira (+19,9%), Alentejo (+16,7%), Norte (+10,0%) e Centro (+2,5%), tendo o maior decréscimo sido observado no Algarve (-8,9%).
"Relativamente às dormidas de residentes, todas as regiões, com exceção do Algarve (-5,6%), registaram acréscimos", refere o INE, que acrescenta que as dormidas de não residentes registaram aumentos na RA Madeira (+11,0%), Alentejo (+9,2%) e Norte (+4,0%), enquanto o Centro (-16,8%) e a RA Açores (-16,4%) registaram as maiores diminuições.
A análise por municípios revela, por seu lado, que Lisboa registou 1,2 milhões de dormidas (19,5% do total), concentrando 24,0% do total do país nesse período. Na comparação com abril de 2019, constata-se que os números estão ainda aquém, já que as dormidas diminuíram 3,9% (+10,9% nos residentes e -6,3% nos não residentes).
Por seu lado, o município de Albufeira concentrou 10,8% do total de dormidas, atingindo 650,3 mil, o que representa uma redução de 17,8% face a abril de 2019 (-19,3% nos residentes e -16,5% nos não residentes).
No Funchal e no Porto, as 510,4 mil e 422,4 mil dormidas registadas em abril, respetivamente, traduzem acréscimos de, pela mesma ordem, 23,9% e 5,7% face ao mesmo mês de 2019.
No conjunto dos primeiros quatro meses de 2022, as dormidas aumentaram 449,2% (+181,0% nos residentes e +1 022,1% nos não residentes), mas continuam abaixo (-11,9%) dos níveis do mesmo período de 2019, como consequência da diminuição dos não residentes (-18,4%), tendo as dormidas de residentes aumentado 3,4%.
No mesmo período, e considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 6,4 milhões de hóspedes e 16,1 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 376,8% e 395,4%, respetivamente.
Segundo a autoridade estatística nacional, os seis principais mercados emissores (Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Estados Unidos da América) foram responsáveis por 64,8% das dormidas de não residentes nos primeiros quatro meses do ano (63,1% em abril), tendo-se observado uma diminuição do número de dormidas neste período, quando comparado com o mesmo período de 2019.
O mercado norte americano foi, entre estes, o que registou menor decréscimo do número de dormidas (-2,9%) entre janeiro e abril, seguindo-se os Países Baixos (-5,4%) e os mercados britânico (-14,7%), espanhol (-15,4%) e alemão (-20,9%).