“Extraordinária gravidade” se se confirmar que Azeredo sabia da operação de Tancos
25-10-2018 - 10:27

O caso de Tancos e a segunda volta das eleições presidenciais no Brasil deram o mote ao debate desta quinta-feira entre João Taborda da Gama e Francisco Assis.

Francisco Assis considera “de uma extraordinária gravidade” a atuação do antigo ministro da Defesa, se se confirmar a informação de que o próprio sabia da encenação montada para a recuperação das armas de Tancos.

A notícia de que Azeredo Lopes teria sido informado foi avançada pelos jornais "Público" e "Correio da Manhã", que garantem que o antigo chefe de gabinete de do ministro voltou atrás nos seus depoimentos. Quando foi ouvido no Ministério Público, Martins Pereira disse que informou o então ministro da Defesa da farsa e até deixou o telemóvel para que as mensagens fossem verificadas.

“Isso, a ser verdade, significaria que ao longo deste tempo todo o ministro várias vezes prestou declarações que não correspondiam à verdade, nomeadamente, no Parlamento perante os deputados. Agora também não podemos partir do pressuposto absoluto de que isso é verdade, na medida em que é um processo que está em tratamento”, o eurodeputado socialista.

Questionado sobre um eventual conhecimento do caso por parte do primeiro-ministro, Francisco Assis mostra-se “absolutamente convencido” de que, “em circunstância alguma”, António Costa teve conhecimento do caso.

Sobre o mesmo tema, João Taborda da Gama reforça a ideia de apurar a verdade “e perceber qual é afinal o testemunho credível sobre aquilo que se passou”, assim como “perceber porque é que foi feito”.

Passando para a política brasileira, os dois comentadores também se mostraram unânimes. A possível vitória de Jair Bolsonaro coloca o Brasil “em risco” e “no pior dos dois mundos”.

Na opinião de Francisco Assis, o candidato da extrema-direita “não tem comparação possível com Donald Trump, é muito pior”.

“O Brasil vai ter uma vitória de um louco de uma direita tresloucada, num sistema em que muitas vezes o vice-presidente foi a válvula de escape na sequência do 'impeachment'”, comenta João Taborda Gama.