Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita e primeiro-ministro, "não quer saber" das críticas à aposta do país no futebol.
Em entrevista à "Fox News", o governante assume que não está interessado em quem critica o país de "sportswashing". Se o desporto continuar a trazer riqueza, a Arábia Saudita continuará a apostar.
"Se o 'sportswashing' aumentar o nosso PIB em 1%, então vamos continuar. [Não se importa com o termo?] Não quero saber. O desporto fez crescer o PIB em 1% e quero mais 1,5%. Chamem-lhe o que quiserem, vamos conseguir esse 1,5%", disse.
O "sportswashing" consiste em apostar no desporto como forma de mascarar a reputação de um país. No início de setembro, a Amnistia Internacional (AI) denunciou que a Arábia Saudita executou em 2023 pelo menos 100 pessoas e acusou Riade de "continuar com uma onda implacável de assassínios", apesar das promessas de limitar o uso da pena capital.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos referem que a taxa de execuções no país árabe quase duplicou desde que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman chegou ao poder, há sete anos, durante os quais a pena de morte foi aplicada a mais de mil pessoas.
A Arábia Saudita apostou consideravelmente no futebol desde janeiro quando fechou a contratação do português Cristiano Ronaldo. Dezenas de outros jogadores de alto perfil seguiram o mesmo caminho no verão.
Neymar, Rúben Neves, Otávio, Benzema, Kanté, Firmino, Mahrez, Jordan Henderson, Fabinho e Wijnaldum são alguns exemplos.
Para além disso, a Arábia Saudita tomou conta do Newcastle, clube da Premier League. Com investimento saudita, o clube do norte de Inglaterra conseguiu o apuramento para a Liga dos Campeões.