O Papa apelou esta segunda-feira ao reconhecimento da dignidade das mulheres, no seu dia internacional, denunciando a persistência de fenómenos como o tráfico de pessoas ou a mutilação genital.
“Isto acontece entre nós, o tráfico de pessoas. Nesses países, sobretudo na África, há a mutilação, como um rito que é preciso fazer. As mulheres são escravas, ainda, e temos de lutar, lutar pela dignidade das mulheres”, declarou, em conferência de imprensa, no regresso a Roma após a viagem do Iraque.
Francisco foi questionado sobre a celebração do 8 de março, elogiando a “coragem” das mulheres.
“São elas que fazem avançar a história, isto não é um exagero: as mulheres fazem avançar a história e não é apenas um elogio porque hoje é o dia das mulheres”, declarou.
O Papa lamentou as atitudes de “recusa” da mulher, que chegam a situações “extremas”, como aconteceu com a venda de escravas pelo Estado Islâmico.
Durante o voo para Bagd, o pontífice pôde ver uma cópia do documento com que o Daesh divulgava os preços de mulheres cristãs e yazidi, em função da sua idade.
“Eu não consegui acreditar: se a mulher é assim, de tal idade, custa tanto. As mulheres são vendidas, são escravizadas. Mesmo no centro de Roma, o trabalho contra o tráfico de mulheres é um trabalho de todos os dias”, apontou.
O Papa recordou o seu encontro, na capital italiana, com mulheres resgatadas de redes de exploração sexual, que eram maltratadas e raptadas.
“Isto acontece hoje. Para não ir mais longe, pensemos no centro de Roma, nas jovens que são sequestradas e exploradas”, lamentou.
Francisco começou por recordar a conversa que teve hoje com a primeira-dama do Iraque sobre a “força das mulheres” para levar por diante “a vida, a história, a família”. “Parabéns a todas”, disse.
Já na sua conta do Twitter, o pontífice tinha deixado uma mensagem de agradecimento às mulheres do Iraque.
“Gostaria de agradecer de coração a todas as mulheres, especialmente as do Iraque, mulheres corajosas que continuam a dar vida não obstante os abusos e as feridas. Que as mulheres sejam respeitadas e protegidas! Que lhes sejam dadas atenção e oportunidades”, escreveu.
A celebração do Dia da Mulher está em destaque na edição de março do suplemento feminino do jornal do Vaticano, ‘Mulheres Igreja Mundo’.