O Presidente da República alertou, esta sexta-feira, que está pela frente uma batalha "para recriar a democracia portuguesa", numa altura em que Portugal se aproxima dos 50 anos desde o fim da ditadura.
Numa intervenção, durante a conferência comemorativa dos 50 anos do Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa considera que a democracia portuguesa "em algumas coisas, é muito nova e, noutras, muito velha".
"Velha no sistema de partidos e de parceiros económicos e sociais, velha na debilidade e fragilidade económico- financeiro da comunicação social, velha muitas vezes na mentalidade de cultura cívica quanto ao pluralismo, tolerância, capacidade de entendimento e de aceitação do escrutínio pela comunicação social. Envelhecemos muito rapidamente, logo é preciso recriar a democracia”, apela.
O chefe de Estado português diz que desenvolver a democracia nos dias de hoje "é pegar num regime económico que mudou quatro ou cinco vezes em cinquenta anos e projetá-lo para o futuro".
"É ultrapassar um país que tem hoje dois milhões de pobres e muitos mais em riscos de pobreza, que tem desigualdades pessoais, funcionais e territoriais. Não conseguiu ultrapassar o problema da coesão territorial em 50 anos. Deu passos muito importantes, mas muito aquém daquilo que era necessário para o futuro”.