Portugal ajuda a desbloquear braço-de-ferro entre Salvini e UE e vai acolher migrantes
31-07-2019 - 15:57
 • Reuters

Alemanha, França, Luxemburgo e Irlanda integram coligação anunciada esta quarta-feira para permitir o desembarque de 116 refugiados.

Terminou esta quarta-feira o impasse entre a União Europeia e Itália quanto à imigração oriunda de África, concordando aquele Estado-membro em permitir o desembarque dos 116 refugiados resgatados no mar Mediterrâneo na semana passada, isto depois de o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, se ter sempre recusado a autorizá-lo.

A União Europeia assegurou que Portugal, Alemanha, França, Luxemburgo e Irlanda chegaram a acordo para acolher os refugiados, cumprindo uma condição definida por Salvini para permitir o desembarque do grupo de requerentes de asilo.

Um grupo adicional de pessoas resgatadas por um barco da guarda costeira italiana na semana passada seria igualmente recebido em Itália com o apoio da Igreja Católica, acrescentou Bruxelas. Na semana passada, tinha sido avançado que 135 migrantes seguiam a bordo do navio.

"Trabalho feito, missão cumprida", congratulou-se Salvini no Twitter, depois de anunciar que estava finalmente disposto a deixar o navio desembarcar.

Uma porta-voz da Comissão Europeia já veio sublinhar que o incidente demonstra a necessidade urgente de se alcançarem acordos temporários para assegurar o desembarque em tempo útil de pessoas resgatadas em alto mar.

A presidência francesa, entretanto, garantiu que França está "a fazer a sua parte".

Salvini, que também é vice-primeiro-ministro de Itália, apostou grande parte do seu capital político num discurso anti-imigração traduzido num esforço para deter os fluxos de migrantes que continuam a buscar abrigo na Europa-

Fechar os portos italianos para navios de resgate tornou-se uma estratégia frequente do Governo italiano no ano passado para tentar forçar a União Europeia a lidar com a questão.

Num comunicado publicado no Facebook na semana passada, Salvini afirmou que um barco de uma instituição de solidariedade alemã que transportava 40 migrantes resgatados ao largo da costa líbia seria impedido de atracar em Itália para o desembarque.

"Nos próximos minutos vou assinar uma proibição de admissão e trânsito em águas italianas", informou Salvini.

Em agosto passado, o vice-primeiro-ministro italiano impediu, durante cinco dias, que outro barco da guarda costeira nacional, carregando 150 migrantes, atracasse, isto enquanto a Albânia, a Irlanda e a Igreja Católica entaliam não concordassem em assumir a responsabilidade por eles.