Mais de 103 milhões de pessoas fugiram das suas casas este ano, como deslocados internos ou como refugiados, segundo dados do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) recolhidos até junho e divulgados esta sexta-feira.
De acordo com a agência das Nações Unidas, o número representa um aumento de 15% relativamente ao mesmo período do ano passado.
Atualmente, assinala o ACNUR, uma em cada 77 pessoas no mundo sofre com esses deslocamentos forçados, ou seja, o dobro de que se registava há uma década.
Segundo o relatório semestral, a Síria é o país de origem que conta mais refugiados (pessoas que fogem do seu país para outro) e deslocados (pessoas que deixam a região onde viviam, mas mantêm-se dentro do país), somando cerca de sete milhões.
No lugar seguinte da lista, encontra-se a Venezuela, com 6,5 milhões de refugiados e deslocados e, depois, a Ucrânia (5,5 milhões), embora em relação a este último país os casos tenham continuado a crescer nos últimos meses, pelo que o número real já ultrapassa 7,7 milhões de pessoas.
O Afeganistão, o Sudão do Sul, Myanmar (antiga Birmânia) e a República Democrática do Congo são outros países onde os números de deslocados e refugiados ultrapassam, em cada caso, um milhão de pessoas, adianta o ACNUR.
No caso dos refugiados, o número alcançado, a meio deste ano, é de 32 milhões de pessoas, o que representa mais 24% do que no final de 2021, uma situação que é atribuída ao aumento acentuado de pessoas em fuga da guerra na Ucrânia.
A Turquia continua a ser o principal país anfitrião de refugiados (3,7 milhões), seguida pela Colômbia (2,5 milhões), pela Alemanha (2,2 milhões), pelo Paquistão (1,5 milhões) e pelo Uganda (1,5 milhões).