O Parlamento da Letónia declarou esta quinta-feira a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo pela sua violência na Ucrânia e apelou para que a União Europeia (UE) restrinja os vistos turísticos a cidadãos russos e bielorrussos.
Num comunicado divulgado na sua página na Internet, o parlamento letão acusou as forças russas de perpetrarem todo o tipo de atrocidades desde que invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro, equiparando a violência contra civis ao terrorismo.
O Parlamento de Riga "reconhece a Rússia como um patrocinador estatal do terrorismo", lê-se na declaração assinada pela presidente do órgão legislativo do país báltico, Inara Murniece.
Para os deputados da Letónia, a Rússia "usa o sofrimento e a intimidação como instrumentos nas suas tentativas de enfraquecer o moral do povo e das forças armadas ucranianas, e de paralisar o funcionamento do Estado a fim de ocupar a Ucrânia".
Citado no comunicado, o presidente da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, Rihards Kols, alegou que a Rússia "tem apoiado e financiado regimes e organizações terroristas durante muitos anos" e está agora a aplicar as mesmas "táticas impiedosas, imorais e ilegais" na Ucrânia.
Kols acusou também as forças russas de alegadamente usarem armas proibidas e exercerem uma "brutalidade desproporcionada" na Ucrânia.
O Parlamento letão, com 100 deputados, exortou outros países que partilham esta opinião "para que a expressem".
Kiev aplaude tomada de posição
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, já reagiu à declaração do Parlamento letão, que considerou oportuna, adianta a agência francesa AFP.
"A Rússia há muito que merece este estatuto pelas suas ações na Ucrânia e não só."
Kuleba apelou a "outros países e organizações" para seguirem a posição dos deputados da Letónia.
Na declaração, os deputados também se juntaram ao apelo do Governo letão para que os países da UE suspendam a emissão de vistos turísticos a cidadãos da Rússia e da Bielorrússia, um país aliado de Moscovo na guerra na Ucrânia.
A Estónia, a Letónia e a Finlândia defenderam esta semana a suspensão da emissão de vistos a turistas russos, alegando que "viajar para a Europa é um privilégio, não um direito humano", como declarou a primeira-ministra estónia, Kaja Kallas.
Numa entrevista divulgada na segunda-feira pelo jornal norte-americano The Washington Post, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugeriu que a medida contra os turistas russos deveria ser adotada por todos os países ocidentais.
A Rússia criticou estes apelos, considerando-os irracionais. Os países ocidentais têm decretado sucessivos pacotes de sanções económicas contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia. Vários países também têm fornecido armas à Ucrânia para combater as forças russas.