A liberdade religiosa é violada em cerca de um terço dos países do mundo. O dado consta do Relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que será apresentado na tarde desta quinta-feira, na Assembleia da República.
Em declarações à Renascença, a diretora do secretariado português da Fundação AIS, Catarina Martins de Bettencourt, avança que o relatório mostra que “a liberdade religiosa é violada em 61 dos 196 países analisados”.
De acordo com a responsável esta realidade atinge “cerca de cinco mil milhões de pessoas”.
O relatório alerta também para a violência jihadista em África e para o seu contributo para a violação do direito de liberdade religiosa.
“África é o continente que mais sofreu neste período analisado”, aponta . “Em 21 dos 54 países em analise, verificam-se casos extremos de perseguição e de violação da liberdade religiosa”, acrescenta.
A diretora do secretariado português da Fundação AIS garante que “a liberdade religiosa está em risco”, sendo "necessário que os governantes olhem para esta questão, pois a liberdade religiosa é um direito fundamental”.
“Este direito está ameaçado em grande parte do globo. É preciso trabalhar pela coexistência pacifica entre as várias religiões”, reforça.
O cenário apresentado no relatório de 2023 não difere muito do que existia há dois anos. Na sua 15.ª edição, o documento sublinhava que 62 dos 196 países analisados enfrentavam violações graves da liberdade religiosa.
Documento lançado na AR
Lisboa, Madrid, Roma, Berlim e Paris são algumas das cidades onde, esta quinta-feira, a Fundação AIS apresenta o seu "Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo". No total, dez países em três continentes terão sessões que vão contar com figuras públicas de relevo, como é o caso do ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália e do cardeal Mauro Piacenza, que vão participar no evento na Embaixada italiana na Santa Sé, ou de Augusto Santos Silva, o presidente da Assembleia da República de Portugal, que vai participar na sessão em Lisboa, que terá lugar no Palácio de São Bento.
Em Portugal, a sessão de lançamento do documento está prevista para as 19h00.
Catarina Martins de Bettencourt afirma que Portugal é um país exemplar na forma "como acolhe e respeita a liberdade religiosa".
Para a responsável da AIS, “o facto de a Assembleia da República assinalar o Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-religioso é muito importante, pois desta forma o Parlamento também vê o que se está a passar no mundo em termos de liberdade religiosa”.
Nestas declarações à Renascença, Catarina Martins de Bettencourt destaca ainda o facto de o Presidente da República conceder “alto patrocínio” à Fundação AIS para o lançamento do Relatório.
“É uma pessoa que está atenta a esta questão da liberdade religiosa. Há já vários anos que nos acompanha e que é de facto uma pessoa que tenta apoiar e divulgar esta questão da liberdade religiosa”, remata.