O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou esta quinta-feira críticas às posições do PCP sobre a guerra na Ucrânia.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, Marcelo Rebelo de Sousa considera que condenar a invasão russa da Ucrânia "não tem a ver com posições ideológicas, tem a ver com a paz e respeito pelo direito internacional”.
"Dir-se-á, mas no no passado houve aqui e ali houve quem nesse lado que está unido [o Ocidente] tivesse defendido ou praticado coisas menos certas. Não é isso que justifica que haja coisas menos certas ou totalmente erradas e inaceitáveis hoje", referiu o Presidente da República.
"Como não justifica - eu ouvi dizer isso a um dirigente português de esquerda - a ideia de que por exemplo mesmo numa situação em que há poder e oposição a oposição vir a defender uma invasão por um país estrangeiro para resolver o problema da democracia nesse país. Isso não faz sentido”, afirmou.
“A NATO não se fica" em caso de agressão
A NATO deve reforçar os sistemas de proteção para ameaças biológicas, químicas ou nucleares, pois existe o risco de a Rússia usar esse tipo de armamento na Ucrânia, defendeu esta quinta-feira o secretário Geral Jens Stoltenberg, no final da cimeira extraordinária que decorreu em Bruxelas.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, esta posição demonstra que o Ocidente está pronto a responder à escalada de violência de Moscovo.
“Tudo o que tenha a ver com o agravamento da resposta à Ucrânia terá resposta da parte da NATO como tem tido da União Europeia”, disse o Presidente da República, à margem de uma visita à primeira residência universitária da Faculdade do Porto.
"Uma aliança defensiva [como a NATO] não ataca", mas, acrescentou, "se usarem meios que signifiquem uma agressão contra a NATO, aí a NATO não se fica".
A convite da FAP, o Presidente da República vai estar presente este ano na Queima das Fitas, em maio.
No mesmo périplo, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "a democracia não é apenas o voto ou a liberdade", mas também o acesso dos jovens à habitação.