Os responsáveis pela formação em Portugal discutiram, na primeira Conferência Bola Branca, a aposta nas camadas jovens e os valores incutidos nos jogadores. Pedro Mil-Homens, da formação do Benfica, Tomaz Morais, da formação do Sporting, e José Couceiro, diretor técnico da Federação Portuguesa de Futebol, marcaram presença no painel moderado pelo jornalista da Renascença, Sílvio Vieira.
"É importante estarmos conscientes de que estamos a tratar de um ser humano. Temos de o formar para dentro e fora de campo", realçou Pedro Mil-Homens, uma teoria corroborada por Tomaz Morais: "O nosso erro é querermos saltar etapas. É querermos pegar em jovens que ainda se estão a formar e a desfrutar do jogo a ter de ganhar sempre".
"Para mim é muito mais difícil treinar um jovem ou uma criança do que um adulto. É muito mais fácil treinar adultos", adicionou Tomaz.
José Couceiro, experiente treinador e diretor técnico nacional da Federação, atribui responsabilidade pela formação dos jogadores aos clubes: "Eu não acredito em processos que se fazem pela imposição, mas sim pela educação. Temos de apostar nas pessoas. Os principais agentes são os clubes, mas o mais importante de todo o processo é o jogador. Não queremos que haja uma especialização precoce".
O valor na educação é também destacado por Pedro Mil-Homens, aconselhando os jovens que não se concentrem apenas no relvado.
"Os jovens têm de dar para a escola e têm de dar para a bola. Infelizmente no nosso país a educação não tem, hoje, a valorização que devia ter", adicionou.