O homem, de 76 anos, acusado do crime de homicídio qualificado de Bruno Candé, baleado em Moscavide, foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio qualificado mais dois por arma ilegal, ficando com uma pena única de 22 anos e nove meses de prisão decretada pelo Tribunal de Loures.
Para o colectivo de juízes ficaram provadas as motivações de ódio racial do idoso que esteve em Angola durante a guerra colonial, apesar das alegações de que a discussão foi originada por causa de um cão.
Segundo o despacho do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, o arguido afirmou durante uma discussão com a vítima, em 22 de julho de 2020, entre outros impropérios: "Vai para a tua terra, preto! Tens toda a família na senzala e devias também lá estar!".
Durante a discussão, na via pública, o arguido levantou a bengala em direção ao ator Bruno Candé, ameaçando-o de morte e fazendo referência à cor do cidadão, segundo o MP.
De seguida, refere o MP, o ator Bruno Candé entrou num veículo, tendo o arguido ainda gritado "tenho lá armas em casa do Ultramar e vou-te matar".
Nos dias seguintes, o arguido passou diversas vezes na mesma rua com uma pistola calibre 7,65 milímetros, esperando voltar a encontrar a vítima, que habitualmente passeava a cadela no local.
Em 13 de maio, na primeira audiência do julgamento, o homem confessou o assassínio ao dizer ter disparado seis tiros contra o ator.