O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou esta quinta-feira que alcançou um acordo para uma trégua temporária no nordeste da Síria com o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
"Hoje, os EUA e a Turquia chegaram a acordo para um cessar-fogo na Síria", disse o número dois da administração de Donald Trump, no final da reunião com Erdogan em Ancara.
O cessar-fogo irá vigorar durante 120 horas para permitir aos combatentes curdos que abandonem a região fronteiriça com a Turquia, explicou Pence em conferência de imprensa.
"O Presidente Trump concordou em deixar cair as sanções económicas depois da implementação do acordo", adiantou.
A Turquia deu início a uma ofensiva do outro lado da fronteira com a Síria no início da semana, nas palavras de Erdogan para eliminar a "ameaça terrorista" que os curdos representam.
A operação militar, que já causou mais de 120 mil deslocados internos, arrancou dias depois de Donald Trump, Presidente dos EUA, ter anunciado a retirada das tropas norte-americanas da região. O passo foi duramente criticado dentro e fora dos EUA, com acusações de abandono aos curdos que ajudaram o Ocidente a derrotar o autoproclamado Estado Islâmico.
Ministro turco diz que acordo inclui retiradas dos curdos de uma faixa de 32 quilómetros na Síria
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje que o acordo alcançado com os Estados Unidos inclui a retirada das milícias curdas de uma faixa de 32 quilómetros no norte da Síria.
Mevlüt Çavusoglu acrescentou que esta faixa será controlada pelas tropas turcas.
"Os Estados Unidos aceitaram a zona de segurança e há um acordo total de que as forças armadas turcas controlarão essa área", disse Çavusoglu em conferência de imprensa em Ancara, logo após o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, anunciar um acordo para a suspensão da ofensiva turca no nordeste da Síria
O objetivo da operação militar desencadeada em 9 de outubro consiste em criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de profundidade e 480 quilómetros de comprimento ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as Unidades de Proteção Popular (YPG, as milícias curdas que Ancara considera "terroristas") à distância e repatriar parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que atualmente vivem no território turco.
A ofensiva turca surgiu após o anúncio de Donald Trump de que as tropas dos EUA iam abandonar a zona em causa.
Se essas milícias curdas cumprirem este acordo, a Turquia vai conseguir alcançar o objetivo que levou à incursão militar por terra e ar.