Numa altura em que a UE se prepara para dar orientações sobre a retoma das actividade turísticas, Paulo Rangel acha que “a Comissão Europeia tem uma visão bastante sensata do que se deve fazer” e até vai contra a ideia de que alguns países actuem isoladamente ou bilateralmente. Dá o exemplo das hipóteses de que se falou de acordos bilaterais Áustria-Grécia, Grécia-Alemanha ou Croácia-Alemanha, “que trariam grande confusão”. A questão de “como abrir as fronteiras” é o essencial para o social-democrata, que faz parte do grupo que faz o levantamento das restrições no Espaço Schenguen. Rangel lembra que ainda há muita indefinição, mas que a haverá um apoio a pequenos e médios empreendimentos turísticos de modo que possam atravessar o Verão de forma sustentável.
Paulo Rangel vê, nesta altura, uma grande preocupação com a questão das companhias de aviação e teme que não se olhe para a “malha mais fina, que são a rede de hotéis, restaurantes e todos os pequenos e médios negócios”.
Para Francisco Assis, por sermos um dos países mais dependentes do turismo na Europa, a questão das fronteiras é essencial. Uma vez que somos um país periférico e “estamos numa ponta” da Europa, a verdade é que a esmagadora maioria dos turistas chega por via aérea. E Assis teme, sobretudo, o futuro das companhias “low cost”, que tornaram possível trazer muitos turistas para Portugal e, sobretudo, regiões como o Porto.
O impacto da pandemia nos Estados de Direito
As medidas extraordinárias aprovadas na Hungria por causa do estado de emergência podem resvalar para uma deriva autoritária. Paulo Rangel lembra que, dentro do PPE já defende a expulsão do partido Fides desde há muito tempo. O eurodeputado acha que o Conselho Europeu nada fz e que está lá um processo de sancionamento da Hungria aprovado pelo PE desde Setembro de 2018 e nenhum país fez nada ou falou alguma coisa. Se tivessem feito como com a Áustria em 2000 quando líderes como Schroeder e Chirac fizeram quase um cordão sanitário por causa da entrada da extrema-direita no Governo de Viena na altura. As instituições europeias têm um papel fundamental nisto, mas não têm feito tudo o que podia e deviam. “Se não actuarem, por mais que a opinião pública se manifeste, isso não será suficiente”, afirma.
Francisco Assis acha que se o caso húngaro não é devidamente penalizado, outros países se seguirão e o socialista acha que as instituições europeias, nomeadamente o Conselho Europeu deve ter uma posição muito mais firme do que teve até à data”.
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